terça-feira, 16 de junho de 2015

Além do Arco íris - Capitulo 11





Chegamos bem cedinho em Glastonbury a tempo de tirar bastante foto em Stonehenge, o lugar que sempre sonhei conhecer, fiquei tão emocionada que se pudesse não iria mais embora.

Até o Dolfinho ficou emocionado também, depois paramos em um Cyber Café e mandamos algumas das fotos pros nossos amigos e também pra tia Luísa, fizemos um delicioso lanche naquele dia e conversamos um pouco mais sobre o infantilismo, a vantagem era que podíamos falar sobre isso no cyber já que ninguém mais lá falava nossa língua materna.

Depois fomos conhecer a cidade e entramos em uma loja de brinquedos, Rodolfo ficou todo bobo com os bichinhos de pelúcia e eu fui logo procurando os de borracha feitos pra morder. Não achei o coelhinho que queria igual o da minha época de bebê, mas levei um mordedor em forma de lagartinha.

Estava ansiosa pra usar logo, mas não queríamos perder o Expresso pra Londres onde passaríamos as próximas três noites antes de partir pra visitar os outros lugares do nosso plano de viagem.

Chegamos no trem e olhamos a linda paisagem pela janela, então Rodolfo me surpreendeu, retirando da mala um livrinho super fofo:

- Prima, olha o que eu comprei numa banca. - disse,

Era um livro infantil com desenhos de fadas, tema que eu amava.

Estava em Inglês, mas por ser pra crianças era fácil de entender, nós dois começamos a ler o livrinho juntos durante o caminho e rimos muito porque eu gostava de imitar todas as falas dos personagens, entrando em contato mesmo com meu lado criança, até chegarmos na linda Londres.

Vimos o Palácio de Buckyngham, com aquele relógio enorme na Torre e tiramos muitas fotos, mas quando chegou a noite notei que meu primo estava meio cabisbaixo.

- O que foi bebê, por que tá assim? - perguntei.

- É que bateu saudades da mamãe, nunca fiquei tanto tempo longe dela. - explicou.

- Ah primo, não fica triste, logo logo nós vamos voltar pro Brasil e vocês vão matar as saudades. - falei. - Por que você não liga pra ela de novo? Ela vai ficar super feliz em falar com você.

Ele fez que sim com a cabeça e ligou pelo celular, então ouvi os dois falando em baby talk:

"Também não vejo a hora de ver com vucê mommie, bebê tá com saudadinhas. Também te amo muito",

Ouvi-lo falando daquele jeito com ela, derreteu meu coração e fez com que nascesse um desejo em mim de ter alguém pra cuidar de mim do mesmo jeito que tia Luísa cuidava do meu primo.

Quando ele desligou o telefone, estava muito mais animado.

-Aii primo, eu achei tão fofo o seu jeito de falar com a tia Luísa, deu até uma pontada de invejinha, mas é uma invejinha boa hihihi . - comentei.

- Ah prima, você fofa do jeito que é também pode achar alguém pra cuidar de você. Um Daddy ou uma Mommie. - ele disse.

- E como é isso? - perguntei.


Então ele me explicou que existiam algumas pessoas que gostavam de cuidar, algumas não tinham nada haver com romance ou sexo, como no caso do Rodolfo e da Tia Luísa, que se amavam como mamãe e bebê de verdade, já outros tinham isso como um fetiche também, na forma do "Age Play".

Me identifiquei e decidi que quando chegasse ao Brasil, iria querer conhecer outras pessoas que praticavam o Infantilismo e o Age Play, inclusive talvez encontrasse um bom Daddy.

Mas diferente de Rodolfo, eu já achava que desenvolver também a parte de relacionamento com alguém assim, poderia ser uma experiência gostosa, já que sempre me senti mais atraída por homens mais velhos e mais protetores.

E foi assim que o Infantilismo foi ganhando um papel importante na minha vida, se transformando em um sonho que no fundo esteve adormecido dentro de mim, mas que eu não sabia direito o que era, nem que tinha um nome.



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