quinta-feira, 4 de junho de 2015

Além do Arco Íris - Capítulo 5







Após longas horas de vôo, finalmente chegamos em Dublin.

- Ufaaa, até que enfim, não aguentava mais ficar naquele avião, minhas costas estão me matando! - comentei com Dolfinho enquanto caminhava pra pegar a bagagem na esteira.

- Que horas são? - ele perguntou.

- Umas dezenove horas, perfeito! Dá tempo de deixarmos nossas coisas no hotel e irmos conhecer a cidade! - falei.

- Mas Liliana, não é perigoso irmos por aí a noite sozinhos?

- Claro que não, esqueceu que eu falo inglês fluentemente! A noite é uma criança, golfinho! - falei enquanto pegava minha bagagem e caminhava na direção da entrada do aeroporto pra tomarmos um táxi.

A paisagem era linda, Dublin era uma cidade encantadora, abri o vidro e pus a cabeça pra fora da janela pra respirar o ar diferente, olhava pras pessoas caminhando na rua e mal podia acreditar que era real, que eu estava mesmo lá.

Não demorou muito pra chegarmos no hotel, reservamos uma suíte com duas camas de casal, assim poderíamos ficar bem a vontade.

Troquei minhas roupas por umas mais apropriadas para o clima do lugar, assim como o Rodolfo e então saímos pra conhecer a cidade.

Já estava escuro, mas o céu estava bonito, avistei um pub e percebi que estava morrendo de vontade de experimentar a cerveja vermelha irlandesa.

- Vamos entrar? - fiz a pergunta, mas no fundo meu primo sabia que eu já estava decidida.

- Não sei não Lili, eu não sou muito chegada a bares, você sabe que não bebo. - falou.

- Mas não é um bar comum, é um pub e tá escrito que vão tocar música irlandesa, não é legal de conhecer? - argumentei.

- É, por esse lado sim. Tá bom. - concordou.

Logo entramos, sentei em uma mesinha e o garçom logo trouxe o cardápio.

- O que você vai pedir? - Rodolfo perguntou curioso.

Meu primo sabia que eu gostava de beber, nunca escondi isso da nossa família.

- Eu vou pedir uma cerveja vermelha. - anunciei.

- Cerveja vermelha? Eu nunca vi! - ele pareceu surpreso.

- Ah, é muito boa, hey, que tal se você experimentar também? - sugeri.

Eu queria que Rodolfo bebesse porque sabia que ele era muito tímido e queria que ele se soltasse mais, pelo menos por uma noite.


- Não acho que seja uma boa idéia prima, pode me fazer mal. - falou.

- Só um pouquinho não vai te fazer mal. Vamos fazer assim, vou pedir duas canecas, aí você bebe um pouco e deixa o resto pra mim, aí depois peço um refrigerante, que tal? - propus.

Ele acabou aceitando meio a contragosto e foi exatamente o que eu fiz.

No momento que chegaram as cervejas, a banda começou a tocar, os cantores eram lindos e a música deles maravilhosas.

Encostei minha caneca na do Rodolfo, porque eu não gostava de beber sem brindar, minhas amigas costumavam dizer que uma coisinha nada legal acontecia se bebesse sem brindar, então disse:

- Á Felicidade!

Meu primo concordou e depois de ouvirmos o barulhinho dos vidros se tocando, demos uma golada, ele me surpreendeu dando uma golada grande.

- Nossa, o gosto é esquisito! - falou.

- É porque nunca provou antes. - respondi e comecei a rir.

Bebi mais um pouco saboreando a deliciosa cerveja irlandesa, quando algumas pessoas levantaram e começaram a dançar, eu é claro, como adorava dançar, levantei também com a caneca na mão e puxei o Rodolfo.

A música estava tão boa, que ele acabou bebendo a caneca toda enquanto dançava sem sentir, mas claro que me deu um trabalhão colocar esse menino pra rebolar, basicamente tive que chegar por trás dele colocando as mãos na sua cintura e fazer ele rebolar, mas depois ele próprio foi se soltando como eu imaginei que aconteceria.

Então teve uma hora que um carinha me chamou pra dançar, ele era bonito, cabeludo como Rodolfo, mas com um cabelo mais claro preso em um rabo de cabalo e uma barba.

Uma garota loirinha aproveitou e puxou o Rodolfo também, meu primo ficou todo vermelho, estava divertido, até que a garota tentou beijar o Rodolfo e ele correu dela e veio me puxando pra um canto.

- Lili, vem cá. - disse, só foi uma pena porque o cara com quem eu tava dançando ficou sem entender nada, coitado, mas não veio atrás de nós, provavelmente pensando que eu estava com Rodolfo e ele era algum namorado ciumento ou coisa parecida.

- O que foi, primo? - perguntei.

- Nada, é que aquela mulher tava tentando me agarrar, será que agente já pode ir embora? - ele disse, notei que ele já estava um pouquinho alto, por não estar acostumado a beber.

Achei melhor irmos, afinal não queria que ele se sentisse incomodado, então fui até o balcão e pedi a conta, levando mais uma garrafinha de cerveja pra tomar pelo meio do caminho, na rua.

Foi quando avistei uma pracinha e meus olhos brilharam, pois a praça estava vazia, não tinha crianças e uma das coisas que eu adorava fazer quando estava bebendo era justamente andar de balanço.

Corri até lá:

- Liliana, o que você tá fazendo? - meu primo perguntou.

- Vou andar de balanço hihihi

- Também querooooo - ele falou, um pouco alto.

Foi aí que tive a certeza de que o alcool havia pego.

Rodolfo sentou no balanço e começou a se balançar, e eu que sou terrível entrei na brincadeira:

- Vamos ver quem vai mais altooooo!!!!!! - falei.



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