sexta-feira, 15 de maio de 2015
Além do Arco íris - Capítulo 2
Um pouco sem jeito, ele apoiou as mãos no meu ombro e dei a partida na moto, sorri por baixo do capacete, contente por ele ter aceitado viver aquela experiência.
Cerca de uma hora depois, chegávamos na minha casa, era uma casinha simples que ficava a um quarteirão da praia, desci da moto e fui abrindo a porta pra que Rodolfo pudesse entrar com as malas.
- Quando vamos partir pra Europa? - meu primo perguntou.
- Amanhã no final da tarde, mas tenho algumas aventuras marcadas pra fazermos ainda hoje aqui mesmo, primo! - sorri.
- Que tipo de aventuras? - ele pareceu preocupado.
- Isso é surpresa. Hey, que tal deixar essas malas no meu quarto? Prometo que não vou espiar o que tem dentro. - disse brincalhona.
Rodolfo ficou com as bochechas coradinhas, mas acabou concordando, deixamos as malas lá ao lado da minha cama e depois perguntei:
- Você tá com fome? Eles costumam servir uma comida horrível nos aviões, quer que eu faça um mingauzinho pra você? - ofereci.
Uma vez eu havia passado um final de semana na casa da minha tia e ela sempre preparava mingauzinho e mucilon pro Rodolfo, acho que ela cuidava dele assim por ele ser o mais novo e ela ter adotado ele quando as filhas dela já estavam crescidas e perto de sair da casa.
Titia Luíza tratava o Rodolfo como se ele fosse um bebê, algumas pessoas criticavam esse comportamento dela, mas eu achava super fofo, eles eram muito ligados, até pareciam ser mamãe e filhinho biológicos.
- Eu gostaria sim, se não for incomodar, prima. - falou todo educado.
Fui até a cozinha e comecei a preparar um mingauzinho de morango super fofo de consistência rosinha pro Rodolfo, era o meu favorito também. O que meu primo não sabia, era que apesar desse meu jeitão, eu também gostava de algumas coisinhas de bebê, assim como ele e as tinha na minha casa.
Preparei o mingau e quando fui levar pra ele em uma tigelinha de ursinhos que eu havia comprado porque tinha achado fofa, o encontrei na sala com uma das minhas conchinhas no ouvido.
- Puxa, que legal Liliana, dá mesmo pra ouvir o barulho do mar. - ele disse.
- Dá sim, mas eu conheço um jeito muito melhor de escutar essa música suave das ondas. - falei enquanto colocava o pratinho em cima da mesa.
- Qual? - ele perguntou curioso já se sentando.
- Na própria praia, fica um quarteirão daqui. Termine de comer que nós vamos dar um pulinho lá! - falei.
- Mas eu não trouxe sunga. - questionou, acho que estava envergonhado.
- Bobagem, tem uns garotos que ficam de short lá, sem problema. Vou indo mudar de roupa, não se preocupe, hoje a praia vai estar vazia, é dia de semana e o povo tá trabalhando. - comentei.
- Então tá bem. - concordou.
Corri para o quarto e troquei de roupa, colocando um biquini vermelhinho e depois uma saída de praia, escolhi óculos de sol em formato de coração. O sol já estava esquentando naquela época do dia, mas tão cedo eu não colocaria biquini novamente, já que na Europa, essa época do ano costumava fazer frio. Talvez com um pouco de sorte eu conseguisse ver neve.
Quando voltei, esperei o Rodolfo se arrumar e ele voltou de short, mas com uma blusa bem larguinha por cima, tudo bem, quando chegasse lá talvez eu o convencesse a tirar quando fôssemos entrar no Mar.
Caminhamos até a praia e logo sentimos o perfume da maresia e escutamos o barulho das ondas.
- Nossa, que praia bonita, prima. A areia é branquinha! - comentou.
- É sim, sabe o que isso me lembra? - perguntei.
- Não, o que?
- Quando eu era criança, adorava fazer castelinhos de areia, só que eles nunca ficavam direitos. Geralmente eu molhava os dedos na água com um pouquinho de areia e deixava escorrer, dando um aspecto meio enroladinho. Quer ver?
- Quero sim. - ele disse.
- Então tira essa camisa pra irmos pra beirinha. - pedi.
- Tem certeza? É que tenho vergonha. - falou.
- Bobagem, você é meu ursinho fofinho, Rodolfo. Não tem que ter vergonha de ficar sem camisa, se ainda fosse peludo igual aquele cara ali. - apontei pra um barrigudo peludo que estava tomando cerveja sentado em uma cadeira de praia.
- Eca! Pior que é mesmo, parece o Tony Ramos. - ele concordou se soltando um pouco.
Começamos a rir, o homem percebeu que estávamos falando dele e olhou pra nós de cara feia, então viramos o rosto.
- Tá vendo, ele é bem pior. se ele tem coragem então por que não você, que é muito mais bonito? Vamos fazer assim, eu tiro a saída de praia e você a camisa, corremos pro Mar e damos um mergulho de uma vez só, que tal? - propus.
- Mas eu não estou acostumado a nadar no mar, tenho medo, e se eu me afogar? - ele perguntou.
- Não precisa ter medo, nós vamos cair na água juntos, eu vou estar segurando a sua mão, o tempo todo e não vou deixar você se afogar, além do mais, tem salva-vidas na praia. - expliquei.
- Se é assim então eu topo. - falou.
Tiramos nossas roupas e corremos de mãos dadas na direção da água do mar, mergulhando de um pulo, Depois colocamos a cabeça pra fora da água e eu ensinei o truque:
- Toda vez que a onda vier, é só prender a respiração e mergulhar, passar por debaixo dela, assim agente não leva caixote. Olha lá, vem uma vindo, mergulha! - disse e mergulhamos de encontro a onda, passando por baixo dela.
- Nossa, que legal! Como foi que você aprendeu esse truque? - ele ficou curioso.
Então os bons momentos da minha infância vieram na minha mente.
- Quando eu era criança, costumava brincar na praia e minha brincadeira favorita era que eu era uma sereia, ás vezes a Ariel, as vezes a Arista e depois maiorzinha, a Melody, filha da Ariel. Então eu vinha pro mar pra nadar imaginando que estava morando no fundo do mar. - contei minha brincadeira secreta da infância.
- Essa brincadeira parece legal, eu nunca brinquei disso. - comentou.
- Que tal brincar disso agora então? - tive a idéia, embora não acreditasse que ele fosse receber bem a idéia de fazer uma brincadeira de criança.
- Eu vou ser uma sereia? - ele arregalou os olhos.
- Não, você pode ser um tritão, que nem o pai da Ariel, só que em uma versão mais jovem e fofinha, ou então um peixe, que nem o linguado. Combina com esses olhinhos azuis. - sorri. - Cuidado, a onda, abaixa!
Nos abaixamos mergulhando quando mais uma onda veio, então ele disse:
- Eu gostei, então eu quero ser um tritão, mas um mais novo. - falou. - O que agente faz?
- Agora agente nada! - disse puxando ele um pouco mais pro fundo, onde tinha um banco de areia.
Ficamos um bom tempo ali brincando de sereia e tritão, até que cansamos e decidimos voltar pra areia pra fazer os castelinhos.
Comecei a fazer os montinhos de areia e rimos muito, porque eles pareciam tudo menos castelinhos. Aquela manhã foi muito divertida, mas a fome aumentou e decidimos parar em um restaurante ali perto pra almoçar.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Além do Arco-íris - Sinopse e Capítulo 1
Sinopse:
Liliana sempre sonhou em fazer uma viagem pelo mundo e agora finalmente ela tem essa oportunidade, além de ter direito a levar mais uma pessoa com ela, o escolhido é ninguém menos que Rodolfo, eu primo preferido, um menino tímido e que esconde um segredo, segredo este que Liliana descobrirá durante essa viagem e ensinará a ele que não precisa ter medo.
Personagens:
Liliana: Uma jovem que recebe suas primeiras férias de seu primeiro emprego e agora finalmente tem a oportunidade de viajar para a Europa como sonhou durante tantos anos. Ela sempre quis voar, não só figurativamente como literalmente e escolhe seu primo favorito para acompanhá-la em sua aventura.
Rodolfo: Um jovem doce e tímido, dono de belos olhos azuis e que sempre preferiu o conforto de sua casa a aventuras, mas quando sua prima favorita lhe pede tão carinhosamente que a acompanhe para essa viagem, ele não tem como dizer não e decide embarcar junto com ela nessa aventura.
Capítulo 1
O som do despertador tocando me fez acordar do meu sonho e meu primeiro pensamento foi que gostaria de tacá-lo longe e continuar dormindo, afinal ainda era de madrugada e eu mal havia pego no sono, pois havia ido dormir tarde.
Eu sabia que deveria dormir cedo, mas a ansiedade não me deixou pregar os olhos na hora planejada, porque amanhã era o grande dia: o dia em que meu primo viria pra cá e nos prepararíamos pra embarcar para a minha tão sonhada viagem pra Europa!
De repente dei um pulo da cama lembrando do motivo pelo qual eu havia colocado o despertador pra tocar tão cedo: estava na hora de ir buscá-lo no aeroporto como o combinado.
Corri para o banheiro pra escovar os dentes, afinal não queria encontrar Rodolfo com um tremendo bafo de leoa, puxei meus cabelos pra trás prendendo-os em um coque, pus uma calça comprida e uma blusa com uma jaqueta por cima e fui até minha moto, para tirá-la da garagem. Não esqueci de levar um capacete extra para o Rodolfo.
Fiquei imaginando a cara dele quando eu aparecesse de moto, sempre quis ter uma, mas meus pais nunca deixaram, sempre aquela desculpa de que era perigoso, mas agora que eu finalmente tinha meu primeiro emprego, pude comprar uma com o meu dinheiro
Senti o vento batendo contra o meu rosto, a sensação era a mesma de poder voar, como eu sabia disso? Bem, quando eu era criança costumava sonhar que estava voando alto no céu azul, a sensação era tão real que sentia como se o vento pudesse me levar, mas aí um dia eu pensei em fugir pelo céu e não voltar nunca mais, porque a vida terrena era muito chata, cheia de regras e tinha que fazer coisas que eu não gostava de fazer, como uma verdadeira prisão. O triste foi que nesse dia eu acordei e desde então nunca mais pude sonhar que estava voando, mas agora eu podia reproduzir a sensação novamente, não só com a minha moto, mas naquela tarde havia marcado um vôo de asa-delta na praia, para mim e para meu primo.
Claro que ele não iria concordar facilmente, meu pequeno menino dos olhos de oceano, sempre tão tímido, o que fazia dele ainda mais fofo. Eu costumava vê-lo como um bebê grande, gordinho como um ursinho de pelúcia, o que me fazia ter vontade de abraçá-lo e apertar suas bochechas, mas eu não me atreveria a fazer isso, Rodolfo era tímido demais, certamente correria do meu abraço e ficaria vermelho, sentindo-se muito constrangido.
Um dos motivos pra tê-lo escolhido para fazer aquela viagem comigo, além de gostar de sua companhia e ter sentido saudades dele nos últimos anos em que passamos sem nos ver, foi porque eu queria mostrar pra ele as possibilidades que havia no mundo, ensinar como era bom viver uma aventura, conhecer lugares novos e aprontar por aí. A idéia era que nossa viagem fosse bem divertida e agradável.
Parei a moto no aeroporto e logo o avistei, carregando uma mochila enorme nas costas e parado ali, meio tímido. Ele estava diferente, parecia mais alto do que na última vez que o havia visto e tinha um corte de cabelo novo.
- Rodolfo! Saudades! - falei parando diante dele.
- Liliana? Nossa, como você tá diferente, tá bonita. também senti saudades. - sorriu.
Senti as faces corando como sempre me sentia perto dele, além da mochila, percebi que tinha também uma maleta e que ela era daquelas fechadas a chave.
- Quer ajuda com a maleta? Essas coisas parecem pesadas. - ofereci.
- Não precisa. - ele garantiu.
Achei melhor não insistir, simplesmente caminhamos juntos até a moto e assim que a viu, ele arregalou os olhos:
- O que é isso, prima? - pareceu assustado.
Passei a mão pela moto, acariciando-a e sorri:
- É minha moto, gostou? Não vai me dizer que nunca andou de moto, primo? - perguntei sorridente.
- Na verdade não. - ela falou um pouco sem jeito.
- Bem, pra tudo na vida tem uma primeira vez.
Subi e fiz um sinal com a cabeça pra que ele sentasse atrás de mim, com dificuldade ele subiu.
- Mas onde eu me seguro? - perguntou.
Eu deveria ter imaginado que isso o deixaria meio sem jeito:
- Bem, pode segurar nas alcinhas da parte de trás da moto, ou se preferir em mim já que a mochila deve atrapalhar, apenas jogue o corpo pro lado quando eu jogar também, tá? - pedi,
Verdade ou consequência - Epílogo
Joãozinho e eu fizemos a decoração do quartinho de Kasie com bolas cor de rosa e lilás,improvisamos uma mesa com um bolinho de morango que eu havia trazido e docinhos pra decoração.
Eu trouxe também pratinhos de menininha daqueles de festa, mas decidi que invés de copos usaríamos dedelas, então uma vez que estava tudo pronto, enchi uma dedela com suco e sentei na cama.
- Vem cá, Joãozinho, vem pro meu colinho, enquanto eles não chegam eu vou cuidar de você, agora que é meu baby. - falei e estendi os braços pra que ele viesse.
Timidamente ele sentou no meu colo com as bochechinhas vermelhas e eu dei um beijinho em sua testa.
- Gosta de suco de laranja? - perguntei.
Ele fez que sim com a cabeça e eu coloquei a dedela azul com suquinho de laranja na sua boquinha enquanto cantarolava uma musiquinha.
Foi quando o meu celular tocou e era Nando, avisando que eles já estavam vindo:
- Melhor nos aprontarmos agora pra surpresa, bebê. Sua irmãzinha vai ficar muito feliz quando souber da novidade, que agora você também faz parte da nossa famíliazinha infantilista. - comentei.
Meu bebê fez que sim com a cabeça.
Entreguei uma corneta para o Joãozinho e peguei uma língua de sogra e confete, pus um chapéuzinho em formato de cone na cabeça dele, mas eu optei por usar uma coroa de princesa porque achava mais bonitinha do que aqueles chapéis.
Assim que Kasie e Nando entraram, joguei confetes nele, assoprando a língua de sogra enquanto Joãozinho tocava a corneta:
- Surpresa! - Gritamos os três: Nando, Joãozinho e eu.
Kasie ficou com as bochechas vemelhas e nos olhava sem entender nada:
- Mas o que é isso? - perguntou.
- Sua festinha particular de aniversario, filha. Gostou? - falei.
Ela olhava de um lado para o outro vendo a decoração do quarto e de repente seus olhinhos se encheram de lágrimas de emoção:
- Nossa, ficou lindo! Mas pera aí, o Joãozinho também tá participando? - Kasie ficou confusa.
- Sim, seu irmãozinho já sabe, isso é o que acontece quando agente esquece de apagar o histórico do pc, sabe filha? E também quando somos espionados pelos nossos irmãos mais novos, mas a boa notícia é que agora nossa família infantilista tem mais um novo integrante, Joãozinho também quer ser meu baby. - dei a notícia.
Joãozinho me abraçou e deu um sorriso para o irmão.
- Como assim? Você também quer ser infantilista? - ele perguntou.
Meu bebê mais novo fez que sim com a cabeça.
- Isso pede uma dupla comemoração, mas primeiro temos que cantar o parabéns e partir o bolo, afinal de contas, acho que todo mundo aqui tá com fome né? -
- Sim Pililin! - eles disseram em coro, imitando a minha mania de dizer "sim pililin".
Coloquei uma coroazinha de princesa em Kasie também, assim ficamos as meninas de coroa e os meninos de chapéu e acendi a velinha.
Começamos a cantar parabéns e na hora de cortar o bolo ela olhou pra mim e disse:
- Quero dar o primeiro pedaço pra minha mommie, Liana-chan.
Fiquei toda emocionada:
- Ownt, obrigada filhota, querendo fazer mamãe sair do regime né? hihihihi Ti linda! - peguei.
Depois foi cortando os pedaços e peguei as mamadeiras para enchê-las com suco, fizemos uma rodinha e lanchamos, até que Nando perguntou:
- E agora, o que agente vai fazer?
Nos entreolhamos, até que eu tive uma idéia, lembrando de como tudo começou:
- Já sei, vamos jogar Verdade ou Consequência! - falei.
- Ebaaaa, eu pego a garrafa, mommie faz as honras? - Kasie perguntou enquanto correu pra pegar uma garrafinha de suco vazia.
- Com muito prazer. - peguei a garrafa, coloquei no centro da roda e girei.
FIM
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Bem, Verdade ou Consequência chegou ao fim, espero que tenham gostado.
Em breve postarei outro conto, que por sinal já estou com ele em mente, próximo post já vai ser a sinopse.
Mais pra frente talvez eu faça V ou D II, e se eu fizer, vou abrir vagas pra novos amiguinhos participarem rs
Beijinhos
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Verdade ou consequência - Capítulo 9
Um mês havia se passado desde que a Kasie passou a ser minha baby e o Nando também se assumiu infantilista e deixou que eu cuidasse dele, então chegou o dia do aniversário da Kasie e decidimos fazer uma surpresa pra ela.
Pra isso combinamos que eu não iria pra escola naquela manhã e que o Nando levaria ele pra jogar flipper em um shopping ali perto, pra que eu pudesse entrar escondida na casa dela e fazer uma festinha surpresa.
Fui devagar até o quarto dela, quando ouvi um barulho de passos se aproximando, o que me assustou, porque pelo horário não era pra ter ninguém em casa e aquela festinha era pra ser uma festa particular, porque ia ser uma festa de babys.
Pensando que era a mãe de verdade de Kasie, corri para o armário dela e me escondi lá junto com a sacola que eu havia trazido com as coisas da festinha e os presentes que havia comprado, parte estava dentro de uma bolsa e o restante na minha mochila.
Observei pela fresta da porta e descobri que era Joãozinho, o irmão mais novo de Kasie, entrando no quarto dele e "Minhanossa" ele abriu a gaveta dele, a do criado mudo onde Kasie guardava suas pepetas dentro de uma bolsa velha e foi direto pra lá.
Ele abriu a bolsa de Kasie e pegou uma pepeta verdinha, levando-a á boca, deitou na cama da minha baby e ficou ali todo encolhidinho como se fosse um bebê, nisso a blusa levantou um pouco e notei um certo volume na calça, parecia ser uma fraldinha.
Pisquei os olhos algumas vezes e belisquei meu próprio braço me perguntando se estava delirando, senti a dor, então deduzi que não, abri a porta do armário e quase matei o Joãozinho de susto, ele deu um pulo da cama:
- Aiii o que é isso? - disse assustado.
- Calma Joãozinho, sou eu, a Liana, mas pera aí, você é um adolescente baby? - perguntei olhando pra ele.
- Sssim, mas o que você tava fazendo aí no armário do Luan? - ele perguntou.
- Bem, eu me escondi porque estava querendo fazer uma festa surpresa pra ele, junto com o Nando, mas por que você tava mexendo nas coisas do seu irmão? Pode confiar em mim, eu não conto pra ninguém. - disse com um tom de voz calmo e amigável, tentando passar confiança.
- Tá bem, você me descobriu, então vou contar. - ele disse sentando na cama e eu sentei ao lado dele. - É que teve um dia que eu entrei no pc do meu irmão e li alguma coisa sobre infantilismo e adult babys, eu sempre tive vontade de experimentar voltar a usar fraldas, aí depois que li a matéria resolvi tentar, comecei a observar o Luan, pra descobrir se ele também era assim e descobri que ele usa coisas de bebê, mas de menina também, só que eu não sou como ele, tá? Eu não gosto de me vestir de menina.
Joãozinho contou o relato todo meio que na defensiva, percebi que ele estava tímido.
- Tudo bem bebê, nossa, o Luan foi muito descuidado em não ter apagado o histórico, mas por um lado foi bom, porque agora você se descobriu, né? - falei
- É sim, você também é infantilista, né? - ele perguntou.
- Sou sim, só eu e o Nando sabemos sobre o Luan, então é meio que um segredo de família e eu sou mommie do seu irmão. - contei.
- Eu imaginei, porque vocês estão sempre juntos e se falando. Hã... Liana, agora que você já sabe, posso te pedir uma coisa? - ele disse.
- O que, bebê?
- Aceita ser minha mommie também? É que eu queria muito ser cuidado por uma mommie. - ele pediu.
Seu jeito de falar era tão meigo, até suas bochechas haviam ficado rosadinhas, ele era tão fofo que decidi aceitar.
- Eu aceito, você vai ser o meu filhinho mais novo! - falei abrindo os braços.
Joãozinho me deu um abraço vindo para o meu colo e eu dei um beijinho na testa dele, feliz com meu novo baby.
- Então agora me ajuda a decorar o quarto da Kasie, digo, seu irmão, pra fazermos a festinha surpresa dele, assim terminamos rápido e eu cuido um pouco de você como baby enquanto eles não chegam! - pedi.
Ele assentiu com a cabeça e começamos a arrumar tudo.
domingo, 10 de maio de 2015
Conto de Dia das Mães
Gotinha Azul e seu bebê
Era uma vez uma fada que se chamava Gotinha Azul, ela tinha um desejo secreto, queria cuidar de um bebê que fosse só dela, pois sempre que viajava para o Reino dos Humanos, gostava de ver as mamães cuidando dos seus bebês.
Mas como ela era uma fada, isso não era possível, já que as fadas da Floresta Encantada nasciam dentro de botões de flores especiais que brotavam da Terra.
Então um dia enquanto passeava pela floresta, ouviu uma conversa entre suas as irmãs, as Fadas Raio de Luz e Violeta:
- Você sabia que existe uma Flor chamada lírio azul, que se o seu primeiro botão for regado com lágrimas embaixo da Lua Cheia, quando a flor se abre realiza o seu maior desejo? - disse Violeta.
- Não sabia não, mas essa flor deve ser uma flor muito difícil de ser encontrada. - Raio de Luz, a perspicaz concluiu.
Elas não sabiam que Gotinha Azul estava escutando atrás de uma árvore, e contente com aquela notícia, no dia seguinte bem cedo partiu, sobrevoando os quatro cantos cantos da Terra.
Ela viajou durante vários dias, até que finalmente avistou o lírio azul e embaixo da lua cheia, sobre ele chorou seu desejo de ter um lindo bebê para cuidar, até que adormeceu ao lado do botão de flor.
Pela manhã, acordou ouvindo um choro de bebê e ao abrir os olhos, lá estava ele, bem do jeito que havia desejado, com alegria ela o pegou no colo e cantarolou uma bela música para acalmá-lo e voltou com ele para a Floresta Encantada.
Gotinha Azul ensinou seu bebê a dar os primeiros passos e todas as noites lhe contava lindas histórias que crescera ouvindo na Floresta Encantada, logo ele aprendeu a falar sua primeira palavra e a chamou "mamãe".
Aquele dia foi o dia mais feliz da vida da fada.
Mas com o passar dos anos, as coisas foram mudando e Gotinha Azul notou que a árvore onde morava ficava pequena demais para seu querido filho, pois o bebê era grande como um humano.
Logo soube que era hora de deixá-lo partir, para viver no Povoado dos Humanos, então segurou-o pela mão e o levou para viver com aqueles que eram seus iguais.
- Vou sentir saudades, mamãe! - o menino, já quase um homenzinho lhe falou.
- Eu também, filho, mas agora é hora de deixá-lo partir, eu cuidei de você, te ensinei tudo o que precisa saber e agora chegou o momento de você caminhar sozinho, entre seus iguais. - explicou.
- Eu nunca vou te esquecer! - ele prometeu.
Os dois se abraçaram, então o menino partiu caminhando para a trilha que dava para o povoado.
Uma lágrima molhou o rosto de Gotinha Azul e só quando não avistava mais seu menino no horizonte, pegou o caminho de volta para o Reino Encantado.
O menino tornou-se um homem e muito feliz, habitou uma linda casa no Reino dos Humanos, mas toda vez que o céu estava nublado e as gotas das chuvas molhavam a terra, ele lembrava-se de sua mãe e sabia que eram as lágrimas de Gotinha Azul, sempre que sentia sua falta.
Então ele saía escondido com uma cesta de mel, bolinhos, morangos e flores e as depositava aos pés de uma árvore no meio da floresta, para lembrá-la da promessa que fizera quando ainda jovem, de que nunca se esqueceria de sua mãe.
No mesmo instante o Sol começava a brilhar no horizonte e um lindo arco íris surgia no céu, lentamente a chuva parava de cair.
Verdade ou consequência - Capítulo 8
Ouvi a barriguinha de Kasie roncando, então decidi que era hora de dar comidinha pra ela, afinal eu a havia convidado pra vir almoçar na minha casa, mas ainda não tinha servido o almoço:
- Agora está na hora da sua sopinha, bebê, então temos que colocar um babador, pra bebêzinha não se sujar. - falei e pus um babadorzinho em Kasie.
Fui até a cozinha e esquentei uma das minhas sopinhas favoritas de legumes e fiz também um suquinho de laranja pra colocar na mamadeira.
Corri e encontrei Kasie brincando com meu coelhinho de pelúcia, o Zigfrido, também conhecido como Fredo.
- Ownt, ti linda minha bebê, agora tá na hora do seu almocinho. - expliquei.
- Tá bem mommie! - ela disse obediente.
Sentei na cama e comecei a dar a sopinha colherada por colherada, tinha horas que eu fazia aviãozinho. Depois fiz ela deitar no meu colo e ela fez uma carinha de bebê tão fofa que me senti como uma verdadeira manteiga derretida de emoção.
Naquele momento Kasie estava sendo como uma verdadeira baby pra mim, ela encostou o ouvidinho no meu peito e tive a certeza de que podia ouvir as batidas do meu coração, eu a embalei com bastante carinho e comecei a dar a mamadeira, mas sem apertar, com cuidado pra não engasgar, do jeito que eu havia feito com o Nando.
Acariciei o rosto e depois que ela tomou tudinho, sentei no meu colo e coloquei pra arrotar, ela sorriu, depois olhou pra mim, bem nos meus olhos e me pediu uma coisa:
- Mommie, posso te dar um selinho?
Eu não esperava aquele pedido, mas na verdade eu estava com vontade de dar um selinho nela também, ainda mais com aquela boquinha rosinha e macia, dei um selinho, mas eu mesma fiquei tão vermelha que depois fiz cosquinhas na barriguinha dela até ela cair deitada de costas pra cama e eu subi em cima, afinal Kasie era bem maior do que eu e comecei a esfregar meu nariz no dela, em um beijinho de esquimó.
- Agora vamos assistir um filme de meninas. Vamos ver um filme da Barbie! - falei
Liguei a televisão e escolhi "A Pequena Polegar" pra assistirmos, pus pepeta também e passei a tarde toda ali, abraçadinha com a minha bebê vendo filme.
Na hora de embora, deixei Kasie levar as coisinhas que tinha vestido como presente, pra quando estivesse em casa pudesse se vestir de bebêzinha sempre que quisesse e também pra ela se lembrar de mim.
Aquela tarde foi deliciosa e foi assim que me tornei uma mommie.
sábado, 9 de maio de 2015
Verdade ou consequência - Capítulo 7
Assim que chegamos em casa, fui direto para o meu quarto e abri o armário, procurando pelo vestido mais largo que tinha, era um cor de rosa bem lindinho que lembrava um vestido de boneca, então olhei pro Luan e disse:
- Primeiro precisa tirar essas roupas feias de menino. - falei.
- Mas Liana-chan, eu tenho vergonha. - ele falou encabulado.
- Não pode ter vergonha, porque eu agora sou a sua mommie, então vamos tirar essas roupas horríveis agora mesmo. - disse e ele aceitou, embora estivesse muito vermelho.
Coloquei o vestido nele por cima da cabeça e depois dei uma olhada, vendo que como eu imaginava, ele havia ficado uma verdadeira bonequinha:
- Muito kawaii! Agora vamos pôr uma meia calça, pena que você calça mais do que eu, mas não tem problema, as meias já vão dar o efeito esperado. - expliquei.
Percebi que ele ficou vidrado na meia calça, ainda mais que era cor de rosa das que eu usava pra frequentar minhas aulinhas de ballet.
- Puxa, eu nunca usei meia calça antes na vida. - falou.
- Pra tudo tem a primeira vez, vamos, vou te ajudar a calçar. - disse enquanto fui calçando as meias nele, enquanto isso já fui logo pensando no proximo passo.
Decidi que ele ficaria lindo de fadinha, então peguei as asas que faziam parte da fantasia que usei em um evento e coloquei nele também.
- Mommie, posso me ver no espelho? - pediu.
Foi a primeira vez que ele me chamou de mommie e fiquei toda derretida.
- Ainda não, minha bebê, primeiro tenho que fazer uma maquiagem em você.
Peguei minha maleta cor de rosa de maquiagem e abri, não podia ser nada forte, afinal a idéia era deixá-lo bem bebêzinha, escolhi um batom cor de rosa, passei um pouco de sombra, mas caprichei no blush pra ficar com as bochechas bem vermelhas estilo bonequinha.
Quando terminei o trabalho, achei que ainda faltava alguma coisa, parei um pouco pensativa olhando pra ele.
- O que foi, mommie, não fiquei bonita? - perguntou preocupado.
Era incrível como ele havia gostado de ser minha menina e já começava a perder a timidez, referindo-se a si mesmo com pronomes femininos e eu gostava muito disso.
- Claro que ficou, minha filhota, mas acho que falta alguma coisa. - expliquei.
De repente compreendi qual era o problema: o cabelo.
Luan usava um corte curto de menino, era isso que não estava combinando, mas eu já sabia muito bem como resolver isso, lembrei de quando fiz meu cosplay e peguei uma peruca lilás que eu tinha no meu armário e coloquei na cabeça dele, depois entreguei a pepeta rosa e então permiti que ele se olhasse no espelho.
Ele ficou sem fala, impressionado ao se ver de menina.
- E aí, o que achou, filha? - perguntei.
- Eu gostei, mommie, mas você fica mais linda de vestido. - elogiou.
- Ownt! Obrigada minha bebê! Hum, agora precisamos de um nome de menina pra você, né? Pra combinar. - falei. - Que nome você gostaria?
- Eu prefiro que você escolha um pra mim. - pediu.
Abri meu tablet e comecei a pesquisar nomes de bebês, até achar um lindo nome irlandês:
- Que tal Kasie? - perguntei.
- Amei, mommie, e é o nome de uma atriz que eu gosto! - Kasie disse.
- Ebaaa!!! Então agora você é minha Fadinha Kasie e eu vou cuidar de você com muito amor e carinho. - falei abraçando minha baby.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Verdade ou consequência - Capítulo 6
- Como eles são idiotas, Luan-kun, até parece que isso é castigo, deixar nós dois sozinhos nessa sala de aula, invés de ter que assistir aquela aula chata do "Maricone". - falei pensando que aquilo estava mais pra prêmio do que pra castigo.
- É sim, tirando a parte de ficar sem recreio, eu concordo com você, Liana-chan. Me sinto até tentado a aprontar todos os dias na aula do Maricone. - ele disse enquanto começou a rir.
- Eu também! - concordei, depois tirei o caderno da bolsa e pus em cima da mesa - Pena que o coordenador ficou com o desenho que fiz dele, estava tão perfeito né?
- Tava sim, você desenha muito bem, Liana-chan. - disse Luan, mas eu sabia que não era verdade, eu desenhava igual criança, mas dava pro gasto, quer dizer, pelo menos dava pra entender o que eu tinha desenhado.
- E aí, o que agente faz agora? Ninguém vai conferir mesmo se fizermos todos os trabalhos do "Maricone" e eu não tô mesmo afim de fazer essas contas já que vou colar mesmo na prova dele. O Nando-kun já disse que deixa eu sentar atrás dele, afinal eu não gosto mesmo de Física e não vou usar isso na minha vida, não quero mesmo ser física, engenheira ou qualquer outra coisa que envolva números. Sinceramente, as escolas tinham que ser igual nos Estados Unidos, dessas que agente só estuda de tudo até o fundamental e depois no colegial pode escolher as matérias. - comecei a fazer o meu discurso.
- Concordo plenamente com você, mas agente não precisa mesmo fazer esses trabalhos, podemos ficar só aqui de bobeira conversando e depois eu faço o trabalho pra nós dois. - ele se ofereceu.
- Ain obrigada Luan-kun, te adoro! - falei levando as mãos até as bochechas achando super fofo o gesto dele de fazer o trabalho em casa e me dar as respostas depois pra copiar.
- De nada. Ah, Liana-chan, já tô a uns dias pra te contar uma coisa. - de repente ele ficou sério e meio vermelho.
- O que? - perguntei curiosa
- Sabe aquela brincadeira que agente fez lá na sua casa? Bem, é que eu gostei da coisa de chupar chupeta e fui pesquisar uma coisa na internet.
Quando ele disse isso eu saquei logo o que ele tava querendo dizer: que havia descoberto o infantilismo e que havia gostado desse fetiche.
- Verdade? E o que foi que você pesquisou? - tinha que deixar o menino falar né? Mas a verdade era que era engraçado ver ele tocando no assunto assim todo sem graça.
- Eu descobri que existem os adult babys, sabe? Pessoas adultas ou adolescentes que gostam de ser bebês, dizem que o nome disso é infantilismo e eu acho que sou um AB como falam.
Quase caí pra trás, aquilo era uma surpresa perfeita, mal podia acreditar que estava acontecendo. Um dos meus dois melhores amigos era um AB e eu sempre fui louca pra cuidar de um, partilhar meu mundinho com alguém próximo de mim.
- Nossa, que legal Luan-kun. Sabe que eu sempre quis cuidar de um baby? Ou melhor, de uma baby menininha. Você ficou linda de rosa naquele dia. - disse.
O rostinho dele ficou todo vermelhinho nessa hora:
- Verdade? - perguntou.
- Uhum! Verdade verdadinha. Hey, que tal se agente fizer de novo hoje? - tive a idéia.
- Hoje? Mas como?
- Muito simples, você passa lá em casa, almoçamos juntos e eu te ensino a ser minha bebêzinha. - respondi.
- Então tá bem, Liana-chan, eu topo! - concordou.
Passamos o resto da manhã fazendo mais desenhos do professor "Maricone" e também dos outros professores, mas só dos que agente não gostava, então finalmente a aula acabou e partimos pra minha casa.
Verdade ou Consequência - Capítulo 5
No dia seguinte, recebi uma mensagem do Nando agradecendo pelo cuidado, ele disse que estava bem melhor e que logo voltaria ás aulas, o que me deixou muito feliz, então fui pra aula e como sempre, me sentei perto do Luan.
Aquela aula era a mais chata da escola, era aula de física do professor Marcone e ele era o professor mais chato que havia naquela escola, ele era todo peludo parecendo um urso, usava óculos de fundo de garrafa, bem, geralmente eu gostava de homens que usam óculos, porque deixam com um charme meio de nerd, mas nele ficava terrivelmente esquisito, fora que o nariz dele era a achatado e ele tinha uma cicatriz bizarra na testa de um acidente que sofreu uma vez na escola quando o prédio estava em obras e uma viga se soltou caindo bem na testa dele e eu pensei: "Bem Feito".
Além de ser feio de doer ele era tarado, tinha mania de falar como se fosse um garotão da nossa idade, sendo que já era um velhote de trinta e sete anos de idade que não se enxergava e ficava olhando pras bundas das meninas. Eu achava que esse tarado devia ser demitido porque ele era muito nojento, mas como estava a muitos anos naquela escola, eles não demitiam ele.
Como a aula dele era muito chata, e a hora não passava de jeito nenhum, além de ser difícil de prestar a atenção justamente pela chatisse dele, tive uma idéia pra tornar a aula mais divertida, então peguei uma folha do meu caderno e comecei a fazer um desenho dele.
Desenhar não era lá a minha especialidade, mas decidi fazer ele em cima de um poço, com o cuidado de desenhar tijolinho por tijolinho fazendo dele a rolha do poço, com seus pêlos nojentos pra fora sem camisa, especialmente na região do peito e eu sabia que ele tinha porque quando teve excursão na escola pra um parque aquático ele teve a coragem de desfilar de sunga enquanto ficava olhando pros peitos das alunas se achando o garanhão, mas todo mundo sabia que ele no fundo morria de medo da Dona Paulina, a mulher dele que trabalhava na secretaria da escola e toda vez que ela aparecia ele ficava morrendo de medo dela.
Quando terminei o desenho, cutuquei o Luan pra ele ver e ele deu uma risadinha, pegando a borracha e fazendo uns retoques no meu desenho:
- Tem muito cabelo aí, você ainda não notou que ele tá ficando careca? - então apontou pro cabelo dele e notei que estava fazendo um buraco na parte da frente, comecei a rir alto porque não aguentei e quase caí da cadeira.
Foi aí que o professor Marcone olhou pra nós com cara de bravo e foi se aproximando:
- Mas o que está acontecendo aí? - perguntou e seus olhos pousaram no desenho. - Qual dos dois fez isso?
- Fui eu, professor. - disse Luan levando a culpa por mim.
Ele era realmente adorável, meu menino-menininha querido do meu coração, fiquei emocionada com aquela atitude dele.
- Mentira, fui eu Seu Marcone. - levantei e me acusei.
- Não, não precisa levar a culpa pra mim, Liana-chan, já disse que fui eu que fiz o desenho, nem esqueci o detalhe da careca. - ele disse.
Os outros alunos começaram a rir também, porque na sala de aula ninguém gostava do Marcone, Secretamente chamávamos ele de "Maricone" porque ele parecia de verdade um "maricas".
- Já que os dois não se decidem, então podem ir os dois pra coordenação. - disse "Maricone" abrindo a porta da sala de aula e chamando o inspetor pra acompahar agente até a sala do coordenador.
Quando chegamos lá, nosso castigo acabou sendo detenção, tínhamos que ficar fazendo os trabalhos os dois sozinhos em uma sala vazia e sem recreio até o final do dia, porque infelizmente naquele dia só tinha aulas do "Maricone".
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E então, o que será que Liana e Luan vão aprontar nessa detenção?
rsrsrsrs
Verdade ou Consequência - Capítulo 4
- Primeiro temos que usar a pepeta enquanto eu preparo o seu leitinho. - falei já abrindo a bolsa e tirando dali a pepeta que eu havia comprado na farmácia pra Nando e colocando em sua boquinha.
Liguei a TV do quarto dele e coloquei um desenho pra ele assistir enquanto desci as escadas correndo com a mamadeira na mão antes que ele pudesse fazer alguma objeção. Como a família do Nando me conhecia a bastante tempo, havia intimidade o suficiente pra eu mexer na dispensa e pegar o que fosse necessário pra preparar o leite.
Coloquei a água pra esquentar e dissolvi o leite em pó, eu estava animada porque era a primeira vez que podia cuidar de um baby de verdade, cantarolei enquanto preparei o mamá do Nando e depois subi as escadas devagar pra dar uma espiada nele pela fresta da porta antes de entrar.
Fiquei mega contente em ver como ele estava feliz sendo baby, havia abraçado o travesseirinho e se encolhido todinho embaixo das cobertas enquanto assistia o desenho com carinha de felicidade, me derreti toda e deu a maior vontade de pegar ele no colo.
Entrei devagar pra não quebrar o clima e fui sentando na cama devagarinho, pegando o termômetro e verificando que ele estava um pouco febril:
- Está com um pouco de febre, mas não precisa ficar triste, bebê, vou te dar um remedinho pra abaixá-la junto com a dedela. - falei com um pouco de voz de bebê.
Pinguei umas gotinhas do remédio no leite e o puxei para o meu colo, fazendo um carinho no rostinho de Nando como um bebê mesmo e pus o bico na mamadeira na boquinha dele, deixando-o mamar enquanto cantei uma musiquinha de ninar.
Nando ficou até sonolento, percebi que seus olhinhos estavam meio pesados, ele fazia um barulhinho gostoso quando mamava e achei engraçado.
Tomou todo o leitinho e depois eu fiz ele sentar na cama e o abracei, pra dar palmadinhas nas costas de um jeito que já vi as mamães fazendo com seus bebês, pra ele arrotar, ele soltou um arrotinho e depois ficou todo tímido:
- Desculpa Liana-chan. - falou.
Notei que estava com o rosto vermelho de vergonha.
- Tudo bem, você é bebê, você pode Nando-kun. - disse para tranquilizá-lo e em seguida o deitei na cama. - Agora que meu bebê já mamou e já tomou o remedinho, vou contar uma historinha pro meu bebê dormir um bom soninho, tá?
Essa parte eu adorava, peguei meu tablet e coloquei em uma história infantil, então comecei a contar imitando as vozes dos personagens, até que vi meu baby começando a dormir e ele era super fofo. Fiquei mais um tempinho ali, depois vi que era hora de ir pra casa, então beijei a testinha do Nando, fechei a porta e saí de fininho.
domingo, 3 de maio de 2015
Verdade ou consequência - Capítulo 3
A segunda -feira chegou rápido e me arrumei pra ir a escola imaginando como as coisas ficariam entre mim e meus amigos depois daquele dia, optei por agir com normalidade, embora estivesse ansiosa pra repetir a dose, quando descobri que Nando não havia ido pra escola naquele dia.
Estava preocupada, sentindo a falta dele, passei o recreio conversando com o pessoal da turma e com Luan, até que recebi uma mensagem de texto da mãe do Nando:
" Oi Liana, tudo bem? Aqui é a mãe do Nando, desculpe incomodar, mas é que o Nando ficou doente e queria perguntar se você pode passar lá em casa e deixar a matéria pra ele copiar depois da aula. Vou deixar a chave embaixo do capacho da entrada. Beijos, obrigada."
Com certeza a mãe do Nando havia pedido isso porque eu era a amiga que morava mais perto do Nando, a cada dele ficava a apenas um quarteirão da minha, por isso eu era a mais indicada para a tarefa, além disso, imaginei que meu amiguinho estivesse mesmo mal, porque Nando nunca faltava aulas, ele mesmo com febre ele nunca faltava.
Sabendo disso, decidi que ele precisava de cuidadinhos muito especiais pra ficar bom logo e eu sabia muito bem que tipo de cuidados. Dei uma risadinha e esperei ansiosa pelo fim daquelas aulas, na saída passei direto na farmácia, por sorte eu havia levado o cartão de crédito da minha mãe pra fazer umas comprinhas depois, mas optei por fazer comprinhas especiais para o Nando naquele dia.
Escolhi lenços umedecidos, talco, fradinha do tamanho mais adequado para o Nando, como ele era magrinho, decidi que P ficaria ótimo nele, lenços umedecidos, uma pepeta azul parecida com a minha que ele havia experimentado lá em casa e por último, uma mamadeira.
Pus tudo dentro da mochila e pedalei até a casa dele o mais rápido que pude. Como a mãe dele havia dito, a chave estava embaixo do tapetinho da entrada, abri a porta e subi as escadas silenciosamente, batendo na porta e abrindo de leve pondo o rostinho pela fresta:
- É aqui que tem um bebêzinho dodói? - perguntei fazendo aquela voz de quando se fala com um bebê bem pequeno.
Nando estava embaixo das cobertas e com uma carinha péssima mesmo. bem pálido e com o cabelo bagunçado.
- Liana, o que tá fazendo aqui? - perguntou.
Entrei no quarto jogando a mochila em cima da cadeira do computador e em seguida me aproximei da cama e pus a mão na testinha dele:
- Vim aqui cuidar de você, sua mãe me contou que você tava dodói e minha nossa, você parece com febre, sabe onde eu encontro um termômetro por aqui? - fui logo falando pra não dar tempo dele protestar.
Nando apontou para o criado mudo, retirei o termômetro e pus embaixo do braço dele.
- E então, quais são os seus sintomas? - perguntei pegando um caderninho e uma caneta rosa com frufru pra anotar, como se fosse uma enfermeira.
- É uma infecção intestinal, parece que foi por causa de uma maionese estragada que comi ontem no cachorro quente. - explicou.
Aquela era a desculpa perfeita para o que eu tinha em mente, não que eu estivesse feliz com a doença do meu amigo, coitado, uma vez tive um dodói assim e não foi nada legal, mas eu menos eu sabia o segredo para fazer de seu dodói um momento feliz e gostoso, tratando-o como meu baby.
- Foi por isso que não foi pra escola? Porque tem levantar toda hora pra ir ao banheiro, né? - constatei, ele fez que sim com a cabeça.
Imitando um ar profissional igual ao das enfermeiras que já vi na televisão, pus as mãos pra trás e comecei a falar:
- Mas isso não é bom, você precisa ficar em repouso, absoluto, não pode ficar levantando toda hora pra ir ao banheiro, mas não se preocupe, eu tenho a solução pra esse problema. - falei.
- Ah é? Qual? - ele olhou com curiosidade.
Abri minha mochila e retirei dali um pacote de fraldas descartáveis.
- O que? Fraldas? Mas isso é ruim! Não, não quero usar isso. - falou.
- Como pode ter tanta certeza se é ruim se nunca experimentou? É só uma vez, garanto que não é tão ruim quanto pensa. - expliquei.
- E como você sabe? Já usou? - ele perguntou.
De fato eu já havia experimentado uma vez, eu não era lá muito fã de fraldas, mas um amigo infantilista com quem eu conversava através do Skype certa vez pediu para que eu experimentasse e decidi ver como era, além de ser importante aprender a colocar caso algum dia cuidasse de um baby, só não imaginava que a oportunidade viria tão rápido:
- Já experimentei uma vez, quando tive o mesmo problema que você, vamos, é legal, se não gostar prometo que não insisto mais. - é, argumentar era um dos meus talentos.
Fui logo puxando o cobertor dele, que por sinal era um cobertor bem fofo com desenhos de cometas e estrelinhas. Abaixei as calças dele de forma que Nando ficou com o rosto completamente vermelho, mas acho que estava sem muita disposição pra protestar, limitando-se a cobrir o rosto enquanto eu colocava a fraldinha nele.
Bati palminhas com satisfação ao perceber que era exatamente do tamanho certo.
- Pronto, e então, como está se sentindo? - perguntei.
- Não sei bem, quer dizer, é macio. Me lembra quando eu era um bebê. - explicou.
- Isso é bom, não? Voltar a ser bebê? Aliás, o que acha de ser meu bebêzinho por um dia? Podemos fingir que sou sua mamãe e hoje você ter um dia de bebê. Vamos Nando-kun, vai ser divertido! - disse juntando as mãos e fazendo aquela carinha que eu sabia que meus amiguinhos não resistiam.
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