terça-feira, 16 de junho de 2015

Até Logo!!!





Bom amiguinhos, foi muito divertido escrever contos nesse blog, mas vou ficando por aqui.

Não fiquem tristes, no futuro pretendo começar novos projetos em outro blog, então me verão novamente, mas esse bloguinho vai ficar aqui pra quando vocês quiserem vir matar as saudades dos contos que postei nesse aqui.

Um beijo grande no coração de cada um.

Espero que tenham gostado dos contos <3




Além do Arco íris - Epílogo






Aqueles dias de viagem passaram rápido, conhecemos a Irlanda, a Inglaterra, a França e a Espanha, todos os dias fizemos coisas de bebê depois que visitávamos os pontos turísticos e curtíamos as festas locais.

Mas o dia de voltar para o Brasil chegou e estranhamente, embora tivéssemos curtido bastante a viagem, estávamos ansiosos por voltar. Rodolfo estava com muitas saudades da mommie dele e eu não via a hora de conhecer outros infantilistas e age players pra compartilhar aquela coisa nova e linda que havíamos descoberto juntos.

Levamos muitas lembrancinhas daquela viagem, inclusive secretas, mas isso também fez com que minha amizade com meu primo crescesse ainda mais.

O avião aterrissou no aeroporto e tivemos uma surpresa: Tia Luísa estava nos esperando e assim que viu o Dolfinho, deu um abraço bem apertado nele.

Me aproximei um pouco tímida, agora que sabia sobre o segredo deles e disse:

- Está entregue, Tia Luísa. São e salvo como prometi! - disse piscando o olho fazendo minha melhor pôse de menina responsável.

- Muito obrigada Liliana, por me devolver meu filho e também por proporcionar essa viagem pra ele. Mas olha, não sei se aguento ficar mais tanto tempo longe dele não, viu? Quase morri de saudades. - ela falou emocionada.

- Eu também, mommie! - ele respondeu.

- Não precisa agradecer, tia. Sabe que gosto muito de vocês e o Rodolfo pra mim é como se fosse meu irmãozinho mais novo. Nós nos divertimos muito durante essa viagem. - contei.

- Fico muito feliz em saber disso, tenho que admitir que meu filhote estava precisando de aventuras, apesar de quase ter matado a mamãe do coração aqui. - admitiu.

- É, mas agora tô com você mamãe e vamos ter bastante tempo pra matar a saudade em casa. - Dolfinho a tranquilizou.

- Vamos sim, mas primeiro um almoço pra nós três, afinal devem estar com fome. Eu sei que comida de avião é horrível. - ela convidou.

Tia Luísa pagou um almoço pra nós em um restaurante maravilhoso perto do aeroporto, mas um que tinha comida brasileira porque já estávamos com saudade da nossa culinária, contamos pra ela sobre o que fizemos na viagem e ela se divertiu muito ouvindo nossas aventuras pela Europa.

Depois chegou o momento deles irem embora, mas Rodolfo prometeu que assim que pudesse viria me visitar pra nos divertirmos fazendo mais coisinhas de baby juntos.


The End


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Bom Pessoal, espero que tenham gostado do conto, eu fiz pensando em um amiguinho infantilista muito especial que conheci aqui. 

Beijinhos


Além do Arco íris - Capitulo 11





Chegamos bem cedinho em Glastonbury a tempo de tirar bastante foto em Stonehenge, o lugar que sempre sonhei conhecer, fiquei tão emocionada que se pudesse não iria mais embora.

Até o Dolfinho ficou emocionado também, depois paramos em um Cyber Café e mandamos algumas das fotos pros nossos amigos e também pra tia Luísa, fizemos um delicioso lanche naquele dia e conversamos um pouco mais sobre o infantilismo, a vantagem era que podíamos falar sobre isso no cyber já que ninguém mais lá falava nossa língua materna.

Depois fomos conhecer a cidade e entramos em uma loja de brinquedos, Rodolfo ficou todo bobo com os bichinhos de pelúcia e eu fui logo procurando os de borracha feitos pra morder. Não achei o coelhinho que queria igual o da minha época de bebê, mas levei um mordedor em forma de lagartinha.

Estava ansiosa pra usar logo, mas não queríamos perder o Expresso pra Londres onde passaríamos as próximas três noites antes de partir pra visitar os outros lugares do nosso plano de viagem.

Chegamos no trem e olhamos a linda paisagem pela janela, então Rodolfo me surpreendeu, retirando da mala um livrinho super fofo:

- Prima, olha o que eu comprei numa banca. - disse,

Era um livro infantil com desenhos de fadas, tema que eu amava.

Estava em Inglês, mas por ser pra crianças era fácil de entender, nós dois começamos a ler o livrinho juntos durante o caminho e rimos muito porque eu gostava de imitar todas as falas dos personagens, entrando em contato mesmo com meu lado criança, até chegarmos na linda Londres.

Vimos o Palácio de Buckyngham, com aquele relógio enorme na Torre e tiramos muitas fotos, mas quando chegou a noite notei que meu primo estava meio cabisbaixo.

- O que foi bebê, por que tá assim? - perguntei.

- É que bateu saudades da mamãe, nunca fiquei tanto tempo longe dela. - explicou.

- Ah primo, não fica triste, logo logo nós vamos voltar pro Brasil e vocês vão matar as saudades. - falei. - Por que você não liga pra ela de novo? Ela vai ficar super feliz em falar com você.

Ele fez que sim com a cabeça e ligou pelo celular, então ouvi os dois falando em baby talk:

"Também não vejo a hora de ver com vucê mommie, bebê tá com saudadinhas. Também te amo muito",

Ouvi-lo falando daquele jeito com ela, derreteu meu coração e fez com que nascesse um desejo em mim de ter alguém pra cuidar de mim do mesmo jeito que tia Luísa cuidava do meu primo.

Quando ele desligou o telefone, estava muito mais animado.

-Aii primo, eu achei tão fofo o seu jeito de falar com a tia Luísa, deu até uma pontada de invejinha, mas é uma invejinha boa hihihi . - comentei.

- Ah prima, você fofa do jeito que é também pode achar alguém pra cuidar de você. Um Daddy ou uma Mommie. - ele disse.

- E como é isso? - perguntei.


Então ele me explicou que existiam algumas pessoas que gostavam de cuidar, algumas não tinham nada haver com romance ou sexo, como no caso do Rodolfo e da Tia Luísa, que se amavam como mamãe e bebê de verdade, já outros tinham isso como um fetiche também, na forma do "Age Play".

Me identifiquei e decidi que quando chegasse ao Brasil, iria querer conhecer outras pessoas que praticavam o Infantilismo e o Age Play, inclusive talvez encontrasse um bom Daddy.

Mas diferente de Rodolfo, eu já achava que desenvolver também a parte de relacionamento com alguém assim, poderia ser uma experiência gostosa, já que sempre me senti mais atraída por homens mais velhos e mais protetores.

E foi assim que o Infantilismo foi ganhando um papel importante na minha vida, se transformando em um sonho que no fundo esteve adormecido dentro de mim, mas que eu não sabia direito o que era, nem que tinha um nome.



Além do Arco íris - Capítulo 10





Assim que chegamos no chalé, Dolfinho foi pro banheiro tomar bainho e trocar de roupa enquanto eu fui tirar nossas coisinhas da sacola toda boba.

Dessa vez deu pra colocar a dedela pra ferver do jeito certo e a colherinha, estava animada e curtindo bastante aquilo. Nunca me imaginei fazendo tantas coisinhas legais de bebê, nem que pudesse ser tão gostoso, haviam tantos tabus sobre isso: adultos gostando de fazer coisas de criança.

Mas na verdade não tinha nada demais, não era uma coisa que fizesse mal a ninguém, nem ao menos envolvia crianças de verdade. Ele me explicou que algumas pessoas ignorantes confundiam com pedofilia, mas de fato não havia nada haver, pois os infantilistas gostavam de se sentir como crianças e não de abusar de crianças.

Meu primo saiu um pouco envergonhado do banheiro, de pijama e pelo volume, de fraldinha, mas eu só reparei porque já sabia, acho que outra pessoa não teria notado, pensaria que ele apenas tinha o bumbum grande.

- Ownt!! Ti lindooo!!! - falei olhando pra ele, vendo seu rostinho ficar vermelhinho.

- Ai prima, fala assim não ti fico com vergonha. - ele pediu.

- Nhaii mas não precisa ter vergonha da sua prima né? hihihi Agora vou lá me trocar, vucê faz nossas mamadeiras? - perguntei.

- Faço sim, nisso já sou expert! - garantiu e eu não duvidei nadinha.

Fui para o banheiro e ainda me diverti tomando bainho de banheira, isso era muito gostoso, me senti realmente como uma bebêzinha ali na banheira do hotel. Até podia vislumbrar um pouco das minhas memórias de bebê, que não eram muitas, mas alguns detalhes marcantes como por exemplo: minha banheirinha amarela e brinquedinhos que gostava de morder na hora do banho.

Quando chegasse na Inglaterra com certeza passaria em alguma loja de brinquedos pra achar algo legal pra morder.

Saí do banho e pus minha camisolinha de menininha e fiz marias chiquinhas, depois fui até a mesinha da cozinha do chalé e Dolfinho tinha preparado nosso jantar de bebê completo: dedelas já prontas de leitinho com chá e papinha de neném.

Sentei de frente pra ele e peguei a papinha:

- Vou provar primeiro a salgada, que aí as doces ficam pra sobremesa. - anunciei.

- Boa prima, é melhor sim, eu vou fazer a mesma coisa. - ele disse.

Então abri minha papinha de legumes e na primeira colherada eu lembrei do gosto: era exatamente como eu lembrava de quando era bebê, deliciosa.

Incrível como ás vezes agente já sabe que gosta de uma coisa antes mesmo de provar, né?

Comi toda a minha papinha salgada e ainda fiquei com gostinho de "quero mais".

- Buáááá acabou! - disse fazendo uma carinha triste.

- Gostou mesmo né Lili? Ah prova a doce agora, amanhã agente compra mais. - ele disse pra me animar.

Fiz que sim com a cabeça, minha voz de bebê estava saindo naturalmente.

Provei a de maçã, essa não era tão gostosa, mas não era ruim e depois a de yogurte. As doces também eram boas, mas decidi que preferia as papinhas salgadas.

Depois Rodolfo e eu brindamos com nossas dedelas e tomamos leitinho juntos.

Aquela noite foi uma delicinha, mas logo fomos dormir cedo já que tinhamos que ir para a Inglaterra bem cedo no dia seguinte.



quinta-feira, 4 de junho de 2015

Além do Arco íris - Capítulo 9




Depois de tirarmos bastante foto de New Grange, fiquei com uma sensaçãozinha de saudades daquele lugar, mas muito feliz por ter tido a oportunidade de conhecê-lo.

Então chegou a hora de partirmos, ficaríamos só mais aquela noite na Irlanda, antes de irmos pra Inglaterra, passaríamos a noite em um pequeno chalé no Condado, então decidimos que jantaríamos lá.

Passamos na farmácia pra comprar minha mamadeira nova, pedi pra que Rodolfo me indicasse uma marca boa, porque ele entendia bem do assunto, escolhemos juntos uma cor de rosa muito fofa com o bico bem grande.

Deu friozinho na barriga, mas não tanto quanto na noite anterior, então olhei para a prateleira onde ficavam as papinhas de neném e estranhamente eu já sabia que ia gostar, acho que porque conseguia me lembrar do sabor que elas tinham de quando eu era pequena.

- Dolfinho, você gosta daquilo ali? - perguntei apontando pra papinha.

- Gosto muito sim, é uma delícia, se eu pudesse só comia papinha, bebê. - falou alto, olhei de um lado para o outro me encolhendo de vergonha.

- Primo, fala baixo, as pessoas estão ouvindo!

Ele começou a rir

- Relaxa prima, esqueceu que estamos na Irlanda? Duvido que algum deles saiba falar português! - falou.

- Ih, é mesmo, esqueci! - falei e comecei a rir também.

As pessoas olhavam pra nós se perguntando de que tanto estávamos rindo, mas achei melhor pegar leve porque senão alguém podia pensar que eu estava rindo de algumas das pessoas que estavam ali.

Fui até a prateleira de papinhas e comecei a ler os rótulos pra escolher o sabor:

- Hum, vou levar uma salgada de legumes e uma doce de maçã. - anunciei, porque queria experimentar o sabor da salgada e da doce.

- E eu vou levar uma de legumes também e uma de yogurte. - disse Dolfinho.

- Nhai tem papinha de yogurte? Eu não sabia, quero experimentar dessa também! - disse pegando uma.

- Então pega prima, aproveita, tenho certeza de que você vai gostar! - falou.

- Tá legal, vamos levar mais alguma coisa?

- Na verdade sim. - ele disse, foi de novo até a parte onde ficavam as coisas de bebê e escolheu uma escova de cabelo azulzinha de bebê super fofa.

Eu me animei, peguei uma rosinha pra mim e também uma colher de bebê pra comer a papinha. Agora estava mais relaxada e a vergonha diminuindo, eu repetia um mantra na minha cabeça dizendo que ninguém naquela farmácia me conhecia e nunca mais iam me ver na vida.

- Prima, tem só mais uma coisa que quero levar, espero que não se importe. - ele disse e olhou pra prateleira onde ficavam as fraldas.

- Não, tudo bem. - concordei.

Ele foi lá e pegou uma de bebê tamanho EXG.

- Mas essas dão em você? - perguntei.

- Tem que fazer uns remendos com fitas, mas sou profissional nisso. - ele sorriu.

Não duvidei, fomos logo pro balcão pagar, dessa vez era uma moça que olhou meio desconfiada, então tratei de sair logo dali levando nossas coisinhas.

Além do Arco íris - Capítulo 8




Na manhã seguinte acordei e mal pude acreditar no que tinha acontecido

Rodolfo não estava mais na minha caminha, sentei na cama e encontrei minha pepeta caída ao meu lado, perto do travesseiro, foi uma pena não ter acordado com ela na minha boquinha, mas logo a coloquei.

Meu primo saiu do banheiro já arrumado com uma calça comprida e um casaco pra sairmos, mas parecia alegre e de bom humor:

- Bom dia Lili. - falou. - Tô vendo que gostou mesmo de ser baby. Você fica linda de pepeta, sabia?

- Obrigada primo, vucê também. - falei.

De repente alguém tocou a campainha do quarto e arregalei os olhos

- Quem será? - perguntei assustada.

- Serviço de quarto, eu achei melhor pedir o café da manhã aqui, assim podemos tomá-lo mais a vontade. - falou.

Logo capitei a idéia dele: poder tomar cafézinho na dedela como babys.

Tratei de esconder a pepeta embaixo do travesseiro enquanto Rodolfo foi atender a porta.

A camareira deu uma olhada em mim e fez uma cara meio estranha, acho que por causa das minhas trancinhas, mas entregou a bandeja.

Era uma bandeja bem bonita, tinha frutas, leite, café e chá. Fiquei mega feliz de poder tomar leitinho com chá na minha dedela, era tão viciante que eu quis tomar mais de uma vez.

- É prima, tô achando que essa dedela tá muito pequena pra você, temos que providenciar uma maior. - falou.

- Sim pililin. Nhai eu gostei tanto, primo! Acho que agora vou querer mamar todo dia! - falei.

- Que bom prima, é muito bom né? Nhai eu tô tão feliz de ter alguém que me entende! - ele disse.

- Eu também. Mas primo, ninguém que você conhece sabe que você é infantilista?

- A mamãe sabe, ela me trata como bebê. É a única que entende. - contou.

Agora eu entendia melhor porque tia Luíza era tão carinhosa e tão protetora com o meu primo, a relação deles devia ser ainda mais fofa do que eu pensava.

- Nossa, que fofys primo! - comentei.

- Sim, eu amo muito a minha mamãe, tô até com saudadinhas dela. - ele disse.

- Ah, então por que você não liga pra ela? Pode fazer isso agora, enquanto eu tomo banho e mudo de roupa pra visitarmos New Grange. - falei levantando da cama.

- Isso, ótima idéia! - ele abriu um sorrisão.


Fiquei até meio triste na hora de tirar a roupa de bebê e por roupa normal, mas escondi minha pepeta nova no meu sutiã pra ela ficar pertinho do meu corpo durante o dia.

Pegamos a condução que nos levaria até o Condado e ao chegar lá, nos divertimos muito tirando fotos, fiquei emocionada porque sempre quis conhecer aquele lugar, pra mim a viagem estava sendo mágica e cheia de surpresas agradáveis.


Além do Arco íris - Capítulo 7





Assim que chegamos no hotel, eu estava ansiosa pra subir logo no elevador e me ver a sós com meu primo e minhas coisinhas novas, porque era como se alguém pudesse desconfiar do que tinha na minha bolsa, embora fosse apenas coisa da minha cabeça.

Me senti como uma traficante de drogas, só que invés de cocaína, eu estava escondendo pepeta e mamadeira.

- Espera, Lili, não tá esquecendo de nada não? - Rodolfo, mais experiente que eu em matéria de infantilismo me perguntou.

- O que? - pra mim não estava faltando nada

- O leite, precisamos comprar um pouco pra poder colocar dentro, afinal temos que tomar alguma coisa né? - ele lembrou.

- Putz, pior que é mesmo. ai Dolfinho, é que eu não quero ficar dando mole com isso aqui não, será que você pode ir na loja de conveniência e trazer uma latinha de leite em pó enquanto eu te espero lá no quarto. Pur favorzinho, vai? - pedi tentando imitar a cara do gato do shrek.

- Ai, tá bem Dona Liliana. - ele topou.

- Ainnn brigada primo, é por isso que eu te amo! - falei e corri pra dentro do elevador.

Esfregava as mãos ansiosa, uma contra a outra e fiquei super contente quando cheguei no nosso andar, um casal passou por mim, então tentei parecer o mais natural possível ao passar o cartão e abrir a porta, até que me vi sozinha na nossa suíte.

Fui logo tirando tudo da bolsa e deixando em cima da cama, então resolvi trocar de roupa enquanto Dolfinho não chegava, pra entrar mais no clima de bebê.

Fui até minha mala e pra minha sorte, havia trazido uma camisolinha cor de rosa de manga comprida que lembrava um vestidinho de bebê, fiz duas trancinhas no meu cabelo, prendendo com elástico já que não tinha fita, mas fiz uma nota mental de providenciá-la no dia seguinte, quando saíssemos de New Grange, no Condado de Meath pra onde tinhamos combinado de partir depois do café.

Coloquei um parzinho de meias e comecei a abrir a pepeta, pus logo na boca sentindo o gostinho do silicone, no começo estranhei, mas depois adorei.

Com ela ainda na boca, abri a mamadeira, era pequenininha, achei que seria bom uma pequena pra começar.

Logo depois a porta do quarto se abriu e levei um susto, mas era Dolfinho trazendo o leite, assim que me viu fez a maior cara de surpresa:

- Nossa, entrou no clima mesmo, nem me esperou pra esterilizar a pepeta! - disse ao ver que eu estava com ela na boca.

Senti meu rosto ficando vermelhinho, tirei a pepeta da boca e pus a alça no dedo médio como se fosse um anel.

- Tinha que esterelizar? Nossa. eu nem sabia. Ih, mas agora já foi, acho que não precisa mesmo não, o povo é meio exagerado hihihi - comecei a rir.

- Tudo bem bebê, também acho que não é tão importante assim. - falou sentando do meu lado.

- Já sei, vamos fazer assim, eu vou preparar o leite pra nós dois enquanto você troca de roupa e pega suas coisinhas de bebê.

- Sim, boa idéia. - ele concordou.

Levantei e pus a pepeta na boca, então fui até o microondas que tinha no quarto pra poder esquentar o leite em pó, era uma pena não ter chá, porque eu adorava o leitinho com chá, mas por hora tava bom.

Assim que apitou, Rodolfo veio usando um pijaminha lindo azulzinho com detalhes de ursinhos que ficava lindo nele, combinava com seus olhos e deixava ele com mais cara de bebê também. Assim como eu, ele estava calçando meinhas.

Ele trazia a pepeta em uma mão e na outra uma mamadeira grandinha azulzinha.

- Pronto, trouxe minhas coisinhas. - falou um pouco vermelhinho.

Eu sorri, peguei a mamadeira dele e pus um pouquinho de leite em pó, depois a água em cima e mexi, entreguei a ele e fiz o mesmo procedimento com a minha.

- E agora, brindamos? - ele falou, lembrando da minha mania de brindar.

- Sim pililin! - respondi encostando minha dedela na dele.

Logo depois dei a primeira golada e senti um pouco de dificuldade de puxar o leite.

- Nossa, é estranho, meio difícil do leite sair. - comentei.

- É porque você não tá acostumada, é nova nesse negócio de baby, experimenta deitada que sai melhor. - aconselhou.


Fui até a cama, puxei o Zigfrido, meu coelhinho e pus a dedela na boca, Rodolfo tinha razão, deitadinha o leite saía bem melhor mesmo. Ele deitou do meu lado e começou a mamar a dedela dele, com a maior tranquilidade.

Ele era muito fofo mamando, um verdadeiro bebê!

Quando terminamos, foi dando aquele soninho, descobri que tomar dedela dava sono, então acabamos adormecendo assim, deitadinhos na minha cama.




Além do Arco íris - Capítulo 6







Começamos a competir pra ver quem balançava mais alto, até cansarmos, então paramos no balanço e eu comecei a rodar fazendo um X nas correntes que mantinham ele preso, quando falei espontaneamente:

- Sabe primo, eu adoro fazer coisas de criança, as pessoas me acham meio louca por causa disso, mas é muito legal. - disse.

De repente ele parou e ficou sério, me encarando.

- Prima, eu não te acho louca, na verdade eu também gosto, até mais do que você. - falou.

- Sério, puxa que legal, vai ver é por isso que agente se dá tão bem, né?

- Talvez, mas já que você tocou no assunto, tem uma coisa que eu quero te contar, mas você precisa me prometer que não vai contar pra ninguém, porque é segredo. - ele disse.

- Claro, eu não conto pra ninguém, primo, já disse que você pode confiar em mim. - falei.

- Bem, é que eu sou infantilista. Pronto, falei. - confessou.

Dei uma coçadinha no meu cabelo, um pouco confusa porque eu não sabia o que significava a palavra "infantilista", nunca tinha escutado aquilo na vida, mas gostei da palavra.

- O que isso significa? - perguntei.

- Significa que eu gosto de fazer coisas de bebê, eu sou o que chamamos de abdl, que quer dizer adult baby e diaper lover. - explicou.

- Deixa eu ver se entendi, um adulto bebê que ama fraldas?

- Exatamente.

No começo, achei estranha apenas a idéia das fraldas, porque era uma coisa que eu não tinha nenhuma vontade de experimentar, mas outras coisas de bebê eu já senti vontade, como por exemplo chupar chupeta e tomar mamadeira, mas nunca falei dessa minha vontade secreta pra ninguém porque a maioria das pessoas já me julgava criançona só pelo fato de ter vinte e cinco anos e gostar de anime.

- Olha primo, pra ser sincera, tirando a parte das fraldas, então eu acho que também sou. - falei.

- Como assim? Você também infantilista?

- Veja bem, eu vou te contar um segredo também, eu meio que sempre tive vontade de fazer algumas coisas de bebê, tipo chupar chupeta e tomar mamadeira, mas nunca fiz porque as pessoas iam me achar meio louca. É a primeira vez que falo com alguém que tem essa mesma vontade que eu. - disse animada. - E eu nem sabia que tinha um nome, mas pera aí, se tem um nome, então existem outras pessoas assim?

De repente senti um imenso alívio de saber que havia mais pessoas no mundo com o mesmo desejo que eu, de repente eu não era tão anormal assim.

- Existem, muito mais do que você imagina. Nossa prima, eu tô muito feliz, sempre quis conhecer pessoalmente outra menina que gostasse de chupar chupeta. - ele falou.

- Nhaii, então agora que você falou, eu quero experimentar, Dolfinho, vamos vamos? Hey, pera aí, era isso que você tava escondendo na sua mala?

O rostinho dele ficou vermelhinho e ele assentiu com a cabeça.

- Então hoje nós vamos fazer uma coisa diferente primo, nós vamos chupar chupeta e tomar mamadeira! - anunciei, levantando daquele balanço e pegando minha garrafa de cerveja, virando ela de uma vez.

Saímos daquela praça e entramos na primeira farmácia que encontramos, de repente senti meu coração acelerado na hora de entrar, agora era eu quem estava com medo e vergonha de fazer alguma coisa.

- O que foi, prima? - ele perguntou ao ver que eu tava relutante de entrar.

- É que tô com vergonha de comprar, e se eles souberem que é pra mim? - perguntei.

- Ah bebê, calma, isso aí é uma coisa que com o tempo você se acostuma, além disso, ninguém aqui te conhece, somos turistas, lembra? Provavelmente a moça nunca mais vai ver você na vida. - encorajou.

- Tá bem. - falei, eu não queria era bancar a covarde.

Fui até a parte onde ficavam as chupetas e escolhi uma rosa e branca, já a mamadeira não tinha da cor que eu queria, então peguei uma pequena azulzinha mesmo, depois fui até o balcão e pior que quem me atendeu foi um homem e jovem, ainda bem que a noite estava fria, porque não consegui disfarçar a tremedeira que me deu.

Paguei e assim que ele me entregou a chupeta e a mamadeira, enfiei correndo dentro da bolsa pra sair logo dali. Uma vez que estávamos fora da loja, suspirei:

- Pronto, Malfeito Feito. Agora vamos pro hotel. - disse, lembrando da frase do livro "Harry Potter".


Além do Arco Íris - Capítulo 5







Após longas horas de vôo, finalmente chegamos em Dublin.

- Ufaaa, até que enfim, não aguentava mais ficar naquele avião, minhas costas estão me matando! - comentei com Dolfinho enquanto caminhava pra pegar a bagagem na esteira.

- Que horas são? - ele perguntou.

- Umas dezenove horas, perfeito! Dá tempo de deixarmos nossas coisas no hotel e irmos conhecer a cidade! - falei.

- Mas Liliana, não é perigoso irmos por aí a noite sozinhos?

- Claro que não, esqueceu que eu falo inglês fluentemente! A noite é uma criança, golfinho! - falei enquanto pegava minha bagagem e caminhava na direção da entrada do aeroporto pra tomarmos um táxi.

A paisagem era linda, Dublin era uma cidade encantadora, abri o vidro e pus a cabeça pra fora da janela pra respirar o ar diferente, olhava pras pessoas caminhando na rua e mal podia acreditar que era real, que eu estava mesmo lá.

Não demorou muito pra chegarmos no hotel, reservamos uma suíte com duas camas de casal, assim poderíamos ficar bem a vontade.

Troquei minhas roupas por umas mais apropriadas para o clima do lugar, assim como o Rodolfo e então saímos pra conhecer a cidade.

Já estava escuro, mas o céu estava bonito, avistei um pub e percebi que estava morrendo de vontade de experimentar a cerveja vermelha irlandesa.

- Vamos entrar? - fiz a pergunta, mas no fundo meu primo sabia que eu já estava decidida.

- Não sei não Lili, eu não sou muito chegada a bares, você sabe que não bebo. - falou.

- Mas não é um bar comum, é um pub e tá escrito que vão tocar música irlandesa, não é legal de conhecer? - argumentei.

- É, por esse lado sim. Tá bom. - concordou.

Logo entramos, sentei em uma mesinha e o garçom logo trouxe o cardápio.

- O que você vai pedir? - Rodolfo perguntou curioso.

Meu primo sabia que eu gostava de beber, nunca escondi isso da nossa família.

- Eu vou pedir uma cerveja vermelha. - anunciei.

- Cerveja vermelha? Eu nunca vi! - ele pareceu surpreso.

- Ah, é muito boa, hey, que tal se você experimentar também? - sugeri.

Eu queria que Rodolfo bebesse porque sabia que ele era muito tímido e queria que ele se soltasse mais, pelo menos por uma noite.


- Não acho que seja uma boa idéia prima, pode me fazer mal. - falou.

- Só um pouquinho não vai te fazer mal. Vamos fazer assim, vou pedir duas canecas, aí você bebe um pouco e deixa o resto pra mim, aí depois peço um refrigerante, que tal? - propus.

Ele acabou aceitando meio a contragosto e foi exatamente o que eu fiz.

No momento que chegaram as cervejas, a banda começou a tocar, os cantores eram lindos e a música deles maravilhosas.

Encostei minha caneca na do Rodolfo, porque eu não gostava de beber sem brindar, minhas amigas costumavam dizer que uma coisinha nada legal acontecia se bebesse sem brindar, então disse:

- Á Felicidade!

Meu primo concordou e depois de ouvirmos o barulhinho dos vidros se tocando, demos uma golada, ele me surpreendeu dando uma golada grande.

- Nossa, o gosto é esquisito! - falou.

- É porque nunca provou antes. - respondi e comecei a rir.

Bebi mais um pouco saboreando a deliciosa cerveja irlandesa, quando algumas pessoas levantaram e começaram a dançar, eu é claro, como adorava dançar, levantei também com a caneca na mão e puxei o Rodolfo.

A música estava tão boa, que ele acabou bebendo a caneca toda enquanto dançava sem sentir, mas claro que me deu um trabalhão colocar esse menino pra rebolar, basicamente tive que chegar por trás dele colocando as mãos na sua cintura e fazer ele rebolar, mas depois ele próprio foi se soltando como eu imaginei que aconteceria.

Então teve uma hora que um carinha me chamou pra dançar, ele era bonito, cabeludo como Rodolfo, mas com um cabelo mais claro preso em um rabo de cabalo e uma barba.

Uma garota loirinha aproveitou e puxou o Rodolfo também, meu primo ficou todo vermelho, estava divertido, até que a garota tentou beijar o Rodolfo e ele correu dela e veio me puxando pra um canto.

- Lili, vem cá. - disse, só foi uma pena porque o cara com quem eu tava dançando ficou sem entender nada, coitado, mas não veio atrás de nós, provavelmente pensando que eu estava com Rodolfo e ele era algum namorado ciumento ou coisa parecida.

- O que foi, primo? - perguntei.

- Nada, é que aquela mulher tava tentando me agarrar, será que agente já pode ir embora? - ele disse, notei que ele já estava um pouquinho alto, por não estar acostumado a beber.

Achei melhor irmos, afinal não queria que ele se sentisse incomodado, então fui até o balcão e pedi a conta, levando mais uma garrafinha de cerveja pra tomar pelo meio do caminho, na rua.

Foi quando avistei uma pracinha e meus olhos brilharam, pois a praça estava vazia, não tinha crianças e uma das coisas que eu adorava fazer quando estava bebendo era justamente andar de balanço.

Corri até lá:

- Liliana, o que você tá fazendo? - meu primo perguntou.

- Vou andar de balanço hihihi

- Também querooooo - ele falou, um pouco alto.

Foi aí que tive a certeza de que o alcool havia pego.

Rodolfo sentou no balanço e começou a se balançar, e eu que sou terrível entrei na brincadeira:

- Vamos ver quem vai mais altooooo!!!!!! - falei.



Além do Arco-íris - Capítulo 4




Acordei de madrugada ouvindo o barulho do despertador tocar, então fui até Rodolfo pra acordá-lo, a cena que vi foi linda! Ele abraçava um ursinho de pelúcia e nanava com o dedinho na boca igual a um bebêzinho. Fiquei boba, porque eu também tinha essa mania ás vezes, eu era uma pessoa com dois lados, um bem criançona e o outro bem aventureira.

Me deu um pouco de pena acordar meu golfinho, mas era um mal necessário, afinal se não acordasse ele, iríamos perder o vôo, então me aproximei na pontinha do pé e puxei o ursinho dos braços dele.

- Acorda primo! - falei.

- Prima? - ele pareceu assustado e um pouco constrangido por eu ter pego ele no flagra dormindo de dedinho na boca.

- Sim, tá na hora de se arrumar pra ir pro aeroporto, senão vamos perder o vôo. -expliquei.

- Ih caramba, o vôo! - na mesma hora ele pulou da cama com medo de nos atrasarmos.

- Calma, dá tempo, eu também vou me arrumar pra agente ir. Chamei um táxi porque na moto não tem como levar a minha bagagem e a sua, tá? - falei.

- Ok prima. - ele concordou.

Tratei de me arrumar logo escolhendo uma roupa confortável, porque seriam longas horas de vôo.

O primeiro lugar pra onde iríamos era a Irlanda, sempre quis conhecer aquele país, estava ansiosa pra chegar lá.

Escolhi leggins confortáveis, uma blusa de malha e um casaco de moletom. Prendi meu bebelo em um rabo de cavalo e separei minha bagagem, não quis levar muita coisa, até porque pretendia trazer bastante coisa de lá, só uma mala com algumas roupas, especialmente de frio, um perfume, coisas de higiene pessoal, meu coelhinho de pano favorito, vulgo Zigfrido porque eu também tinha minhas manias e é claro, livros e mangás pra ler no vôo, porque ninguém merece ficar várias horas sentada em um avião sem nada pra fazer e meu mp3 com minha playlist favorita.

Uma vez que estava tudo checado, fui até a sala e vi que Rodolfo também já estava pronto, com um conjunto de moletom preto que lhe dava um ar de rockeiro com aquele cabelinho dele que sempre gostou de usar grandinho e que eu adorava, afinal sempre achei meninos de cabelo grande mais bonitos, lembrei da minha época de adolescente, quando minha amiga e eu íamos pra festinhas de rock só pra ver os cabeludos metaleiros e ás vezes dávamos uns beijos em alguns.

Bons tempos aqueles! Não que eu quisesse pegar o Rodolfo, na verdade tinha um grande motivo pra isso: ele era meu primo mais novo, meu bebêzão, meu golfinho e eu me via como uma espécie de irmã mais velha dele e o segundo era que tia Luíza me mataria.

Mas isso não me impedia de admirar a beleza dele né? Porque ele era muito bonito e eu adorava o bebelo dele.

- Tô pronto prima. - falou bem na hora que o taxi chegou, ouvimos o som da buzina e saímos, cada um carregando sua bagagem.

Quando chegamos, fomos logo pra fila do check-in e tudo correu muito bem, deu um pouco de frio na barriga na hora que o avião decolou, mas depois fomos liberados pra ouvir música e o Rodolfo me mostrou as músicas favoritas dele que estavam no MP3 e eu compartilhei as minhas com ele.



Além do Arco íris - Capítulo 3






- E agora Liliana, o que vamos fazer? - Rodolfo me perguntou.

- Agora nós vamos pular de asa delta, Dolfinho! - respondi.

Meu primo arregalou os olhos horrorizado, acho que não pensou que eu estava falando sério

- O que? Como assim saltar de asa delta? Isso é brincadeira né Lili? - disse.

Levantei da mesa colocando o dinheiro da conta do garçom no caderninho enquanto peguei meu espelhinho pra dar uma checada nos meus dentes pra ver se não estavam sujinhos.

- Claro que não é brincadeira, vai ser divertido, eu sempre quis fazer isso! - expliquei.

- Você nunca pulou de asa delta? Olha Lili, não sei não, mas acho que isso não é uma boa idéia. - falou com medo.

- Calma primo, é seguro, eu prometo que não vai te acontecer nada de mal. E depois, como pode achar ruim se nunca experimentou? Tudo na vida agente tem que experimentar e eu quero me sentir livre como uma passarinha! - falei enquanto caminhava pelo corredor do restaurante sem me importar se os clientes estavam vendo.

Rodolfo levantou e veio atrás de mim, percebeu que não tinha jeito, eu estava decidida a levar tudo na brincadeira.

- E que tipo de pássaro você quer ser? - perguntou.

- Uma ave de rapina, uma bem esperta! - falei.

Ele fez que sim com a cabeça.

- E eu? - perguntou.

Olhei bem no fundo daqueles olhos azuis e tive uma idéia:

- Já sei, azulão! Se bem que você não tem muita cara de azulão, nem de pássaro. Tá mais pra golfinho! Já sei, a partir de agora vou te chamar de golfinho! - apertei as bochechas dele e dei uma risadinha, vendo Rodolfo, agora meu Golfinho ficando corado.

- Agora vamos, quem chegar por último é mulher do padre! - falei e saí correndo em disparada na direção da moto, Rodolfo veio correndo atrás de mim, mas cheguei primeiro e comecei a zuá-lo:

- Golfinho é mulher do padre! Golfinho é mulher do padre! - rebolei fazendo uma dancinha.

- Lili, você não tem jeito mesmo! - Rodolfo falou fingindo estar bravo, mas no fundo morrendo de vontade de rir das minhas brincadeiras.

Subimos na moto e lá fomos nós, Ricardo, o moço responsável pelas asas-deltas já estava nos esperando, porque eu havia ligado no dia anterior avisando que iria. Ele nos ajudou a subir e vestir o equipamento, combinamos que saltaríamos juntos.

- Lili, eu tô com medo, e se eu passar mal? E se acontecer algum acidente e agente morrer? - ele perguntou.

- Em primeiro lugar, já disse que é seguro. O Ricardo trabalha com isso a anos e ninguém nunca se acidentou usando o equipamento dele. Em segundo lugar, se agente morrer é porque chegou a nossa hora, uai! Quanta gente não morre até em casa!.O irmão de uma menina da minha escola morreu fazendo pipoca de microondas, a tomada entrou na mão dele e o coitado levou um choque. - contei,

- Nossa, que horror! - Rodolfo arregalou os olhos horrorizado.

- Sim, teve um moço também lá da minha rua que morreu porque caiu um bloco na cabeça dele e um menino que estava jogando futebol em um campo em dia de chuva e foi atingido por um raio! Viu? Pra morrer basta estar vivo, como diz a minha mãe, só quem morre de véspera é peru! - falei brincando.

- Prontos? - Ricardo perguntou.

Fiz que sim com a cabeça, então saltamos, Rodolfo deu o maior grito:

- Socorrooo!!!! - falou.

Mas eu abracei ele bem forte e disse:

- Uau, olha só como é lindo, estamos voando!!!!! vamos abrir os braços primo, junto comigo!- segurei os braços dele e abri.

O ventinho batia contra o nosso rosto e naquele momento imaginei que éramos dois pássaros:

- Uau, isso dá frio na barriga, mas é incrível! - ele comentou.

- Eu disse, achou que eu ia te colocar em furada, primo? Só curte! - falei

E curtimos muito, eu confesso que até eu senti um pouco de medo na hora de aterrissar, mas foi uma experiência incrivel.

No caminho de volta pra casa, Rodolfo ficou preocupado:

- E agora Lili? O que você vai inventar? Confesso que estou com medo de não chegar vivo no final dessa viagem, a mamãe vai sentir muito a minha falta, tá? - falou.

- Calma, eu prometi pra tia Luíza que você ia chegar inteiro e vou cumprir minha promessinha, mas confessa, você bem que tá gostando das aventuras, não tá?

- É, tô sim, mas hoje tem mais alguma?

- Não seu bobo, temos que dormir agora, porque nosso vôo sai de madruga, senão vamos ficar exaustos e não sei quanto a você, mas eu não consigo dormir no avião de jeito nenhum! - disse.

- Ufaaa!!!! - ele suspirou aliviado.

Fomos pra casa, pedimos comida japonesa e depois adormecemos.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Além do Arco íris - Capítulo 2







Um pouco sem jeito, ele apoiou as mãos no meu ombro e dei a partida na moto, sorri por baixo do capacete, contente por ele ter aceitado viver aquela experiência.

Cerca de uma hora depois, chegávamos na minha casa, era uma casinha simples que ficava a um quarteirão da praia, desci da moto e fui abrindo a porta pra que Rodolfo pudesse entrar com as malas.

- Quando vamos partir pra Europa? - meu primo perguntou.

- Amanhã no final da tarde, mas tenho algumas aventuras marcadas pra fazermos ainda hoje aqui mesmo, primo! - sorri.

- Que tipo de aventuras? - ele pareceu preocupado.

- Isso é surpresa. Hey, que tal deixar essas malas no meu quarto? Prometo que não vou espiar o que tem dentro. - disse brincalhona.

Rodolfo ficou com as bochechas coradinhas, mas acabou concordando, deixamos as malas lá ao lado da minha cama e depois perguntei:

- Você tá com fome? Eles costumam servir uma comida horrível nos aviões, quer que eu faça um mingauzinho pra você? - ofereci.

Uma vez eu havia passado um final de semana na casa da minha tia e ela sempre preparava mingauzinho e mucilon pro Rodolfo, acho que ela cuidava dele assim por ele ser o mais novo e ela ter adotado ele quando as filhas dela já estavam crescidas e perto de sair da casa.

Titia Luíza tratava o Rodolfo como se ele fosse um bebê, algumas pessoas criticavam esse comportamento dela, mas eu achava super fofo, eles eram muito ligados, até pareciam ser mamãe e filhinho biológicos.

- Eu gostaria sim, se não for incomodar, prima. - falou todo educado.

Fui até a cozinha e comecei a preparar um mingauzinho de morango super fofo de consistência rosinha pro Rodolfo, era o meu favorito também. O que meu primo não sabia, era que apesar desse meu jeitão, eu também gostava de algumas coisinhas de bebê, assim como ele e as tinha na minha casa.

Preparei o mingau e quando fui levar pra ele em uma tigelinha de ursinhos que eu havia comprado porque tinha achado fofa, o encontrei na sala com uma das minhas conchinhas no ouvido.

- Puxa, que legal Liliana, dá mesmo pra ouvir o barulho do mar. - ele disse.

-  Dá sim, mas eu conheço um jeito muito melhor de escutar essa música suave das ondas. - falei enquanto colocava o pratinho em cima da mesa.

- Qual? - ele perguntou curioso já se sentando.

- Na própria praia, fica um quarteirão daqui. Termine de comer que nós vamos dar um pulinho lá! - falei.


- Mas eu não trouxe sunga. - questionou, acho que estava envergonhado.

- Bobagem, tem uns garotos que ficam de short lá, sem problema. Vou indo mudar de roupa, não se preocupe, hoje a praia vai estar vazia, é dia de semana e o povo tá trabalhando. - comentei.


- Então tá bem. - concordou.

Corri para o quarto e troquei de roupa, colocando um biquini vermelhinho e depois uma saída de praia, escolhi óculos de sol em formato de coração. O sol já estava esquentando naquela época do dia, mas tão cedo eu não colocaria biquini novamente, já que na Europa, essa época do ano costumava fazer frio. Talvez com um pouco de sorte eu conseguisse ver neve.

Quando voltei, esperei o Rodolfo se arrumar e ele voltou de short, mas com uma blusa bem larguinha por cima, tudo bem, quando chegasse lá talvez eu o convencesse a tirar quando fôssemos entrar no Mar.

Caminhamos até a praia e logo sentimos o perfume da maresia e escutamos o barulho das ondas.

- Nossa, que praia bonita, prima. A areia é branquinha! - comentou.

- É sim, sabe o que isso me lembra? - perguntei.

- Não, o que?

- Quando eu era criança, adorava fazer castelinhos de areia, só que eles nunca ficavam direitos. Geralmente eu molhava os dedos na água com um pouquinho de areia e deixava escorrer, dando um aspecto meio enroladinho. Quer ver?

- Quero sim. - ele disse.

- Então tira essa camisa pra irmos pra beirinha. - pedi.

- Tem certeza? É que tenho vergonha. - falou.

- Bobagem, você é meu ursinho fofinho, Rodolfo. Não tem que ter vergonha de ficar sem camisa, se ainda fosse peludo igual aquele cara ali. - apontei pra um barrigudo peludo que estava tomando cerveja sentado em uma cadeira de praia.

- Eca! Pior que é mesmo, parece o Tony Ramos.  - ele concordou se soltando um pouco.

Começamos a rir, o homem percebeu que estávamos falando dele e olhou pra nós de cara feia, então viramos o rosto.

- Tá vendo, ele é bem pior. se ele tem coragem então por que não você, que é muito mais bonito? Vamos fazer assim, eu tiro a saída de praia e você a camisa, corremos pro Mar e damos um mergulho de uma vez só, que tal? - propus.

- Mas eu não estou acostumado a nadar no mar, tenho medo, e se eu me afogar? - ele perguntou.

- Não precisa ter medo, nós vamos cair na água juntos, eu vou estar segurando a sua mão, o tempo todo e não vou deixar você se afogar, além do mais, tem salva-vidas na praia. - expliquei.

- Se é assim então eu topo. - falou.

Tiramos nossas roupas e corremos de mãos dadas na direção da água do mar, mergulhando de um pulo, Depois colocamos a cabeça pra fora da água e eu ensinei o truque:

- Toda vez que a onda vier, é só prender a respiração e mergulhar, passar por debaixo dela, assim agente não leva caixote. Olha lá, vem uma vindo, mergulha! - disse e mergulhamos de encontro a onda, passando por baixo dela.

- Nossa, que legal! Como foi que você aprendeu esse truque? - ele ficou curioso.

Então os bons momentos da minha infância vieram na minha mente.

- Quando eu era criança, costumava brincar na praia e minha brincadeira favorita era que eu era uma sereia, ás vezes a Ariel, as vezes a Arista e depois maiorzinha, a Melody, filha da Ariel. Então eu vinha pro mar pra nadar imaginando que estava morando no fundo do mar. - contei minha brincadeira secreta da infância.

- Essa brincadeira parece legal, eu nunca brinquei disso. - comentou.

- Que tal brincar disso agora então? - tive a idéia, embora não acreditasse que ele fosse receber bem a idéia de fazer uma brincadeira de criança.


- Eu vou ser uma sereia? - ele arregalou os olhos.

- Não, você pode ser um tritão, que nem o pai da Ariel, só que em uma versão mais jovem e fofinha, ou então um peixe, que nem o linguado. Combina com esses olhinhos azuis. - sorri. - Cuidado, a onda, abaixa!

Nos abaixamos mergulhando quando mais uma onda veio, então ele disse:

- Eu gostei, então eu quero ser um tritão, mas um mais novo. - falou. - O que agente faz?

- Agora agente nada! - disse puxando ele um pouco mais pro fundo, onde tinha um banco de areia.

Ficamos um bom tempo ali brincando de sereia e tritão, até que cansamos e decidimos voltar pra areia pra fazer os castelinhos.

Comecei a fazer os montinhos de areia e rimos muito, porque eles pareciam tudo menos castelinhos. Aquela manhã foi muito divertida, mas a fome aumentou e decidimos parar em um restaurante ali perto pra almoçar.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Além do Arco-íris - Sinopse e Capítulo 1





Sinopse:

Liliana sempre sonhou em fazer uma viagem pelo mundo e agora finalmente ela tem essa oportunidade, além de ter direito a levar mais uma pessoa com ela, o escolhido é ninguém menos que Rodolfo, eu primo preferido, um menino tímido e que esconde um segredo, segredo este que Liliana descobrirá durante essa viagem e ensinará a ele que não precisa ter medo.

Personagens:

Liliana: Uma jovem que recebe suas primeiras férias de seu primeiro emprego e agora finalmente tem a oportunidade de viajar para a Europa como sonhou durante tantos anos. Ela sempre quis voar, não só figurativamente como literalmente e escolhe seu primo favorito para acompanhá-la em sua aventura.

Rodolfo: Um jovem doce e tímido, dono de belos olhos azuis e que sempre preferiu o conforto de sua casa a aventuras, mas quando sua prima favorita lhe pede tão carinhosamente que a acompanhe para essa viagem, ele não tem como dizer não e decide embarcar junto com ela nessa aventura.



Capítulo 1


O som do despertador tocando me fez acordar do meu sonho e meu primeiro pensamento foi que gostaria de tacá-lo longe e continuar dormindo, afinal ainda era de madrugada e eu mal havia pego no sono, pois havia ido dormir tarde.

Eu sabia que deveria dormir cedo, mas a ansiedade não me deixou pregar os olhos na hora planejada, porque amanhã era o grande dia: o dia em que meu primo viria pra cá e nos prepararíamos pra embarcar para a minha tão sonhada viagem pra Europa!

De repente dei um pulo da cama lembrando do motivo pelo qual eu havia colocado o despertador pra tocar tão cedo: estava na hora de ir buscá-lo no aeroporto como o combinado.

Corri para o banheiro pra escovar os dentes, afinal não queria encontrar Rodolfo com um tremendo bafo de leoa, puxei meus cabelos pra trás prendendo-os em um coque, pus uma calça comprida e uma blusa com uma jaqueta por cima e fui até minha moto, para tirá-la da garagem. Não esqueci de levar um capacete extra para o Rodolfo.

Fiquei imaginando a cara dele quando eu aparecesse de moto, sempre quis ter uma, mas meus pais nunca deixaram, sempre aquela desculpa de que era perigoso, mas agora que eu finalmente tinha meu primeiro emprego, pude comprar uma com o meu dinheiro

Senti o vento batendo contra o meu rosto, a sensação era a mesma de poder voar, como eu sabia disso? Bem, quando eu era criança costumava sonhar que estava voando alto no céu azul, a sensação era tão real que sentia como se o vento pudesse me levar, mas aí um dia eu pensei em fugir pelo céu e não voltar nunca mais, porque a vida terrena era muito chata, cheia de regras e tinha que fazer coisas que eu não gostava de fazer, como uma verdadeira prisão. O triste foi que nesse dia eu acordei e desde então nunca mais pude sonhar que estava voando, mas agora eu podia reproduzir a sensação novamente, não só com a minha moto, mas naquela tarde havia marcado um vôo de asa-delta na praia, para mim e para meu primo.

Claro que ele não iria concordar facilmente, meu pequeno menino dos olhos de oceano, sempre tão tímido, o que fazia dele ainda mais fofo. Eu costumava vê-lo como um bebê grande, gordinho como um ursinho de pelúcia, o que me fazia ter vontade de abraçá-lo e apertar suas bochechas, mas eu não me atreveria a fazer isso, Rodolfo era tímido demais, certamente correria do meu abraço e ficaria vermelho, sentindo-se muito constrangido.

Um dos motivos pra tê-lo escolhido para fazer aquela viagem comigo, além de gostar de sua companhia e ter sentido saudades dele nos últimos anos em que passamos sem nos ver, foi porque eu queria mostrar pra ele as possibilidades que havia no mundo, ensinar como era bom viver uma aventura, conhecer lugares novos e aprontar por aí. A idéia era que nossa viagem fosse bem divertida e agradável.

Parei a moto no aeroporto e logo o avistei, carregando uma mochila enorme nas costas e parado ali, meio tímido. Ele estava diferente, parecia mais alto do que na última vez que o havia visto e tinha um corte de cabelo novo.

- Rodolfo! Saudades! - falei parando diante dele.

- Liliana? Nossa, como você tá diferente, tá bonita. também senti saudades. - sorriu.


Senti as faces corando como sempre me sentia perto dele, além da mochila, percebi que tinha também uma maleta e que ela era daquelas fechadas a chave.

- Quer ajuda com a maleta? Essas coisas parecem pesadas. - ofereci.

- Não precisa. - ele garantiu.

Achei melhor não insistir, simplesmente caminhamos juntos até a moto e assim que a viu, ele arregalou os olhos:

- O que é isso, prima? - pareceu assustado.

Passei a mão pela moto, acariciando-a e sorri:

- É minha moto, gostou? Não vai me dizer que nunca andou de moto, primo? - perguntei sorridente.

- Na verdade não. - ela falou um pouco sem jeito.

- Bem, pra tudo na vida tem uma primeira vez.

Subi e fiz um sinal com a cabeça pra que ele sentasse atrás de mim, com dificuldade ele subiu.

- Mas onde eu me seguro? - perguntou.

Eu deveria ter imaginado que isso o deixaria meio sem jeito:

- Bem, pode segurar nas alcinhas da parte de trás da moto, ou se preferir em mim já que a mochila deve atrapalhar, apenas jogue o corpo pro lado quando eu jogar também, tá? - pedi,




Verdade ou consequência - Epílogo



Joãozinho e eu fizemos a decoração do quartinho de Kasie com bolas cor de rosa e lilás,improvisamos uma mesa com um bolinho de morango que eu havia trazido e docinhos pra decoração.

Eu trouxe também pratinhos de menininha daqueles de festa, mas decidi que invés de copos usaríamos dedelas, então uma vez que estava tudo pronto, enchi uma dedela com suco e sentei na cama.

- Vem cá, Joãozinho, vem pro meu colinho, enquanto eles não chegam eu vou cuidar de você, agora que é meu baby. - falei e estendi os braços pra que ele viesse.

Timidamente ele sentou no meu colo com as bochechinhas vermelhas e eu dei um beijinho em sua testa.

- Gosta de suco de laranja? - perguntei.

Ele fez que sim com a cabeça e eu coloquei a dedela azul com suquinho de laranja na sua boquinha enquanto cantarolava uma musiquinha.

Foi quando o meu celular tocou e era Nando, avisando que eles já estavam vindo:

- Melhor nos aprontarmos agora pra surpresa, bebê. Sua irmãzinha vai ficar muito feliz quando souber da novidade, que agora você também faz parte da nossa famíliazinha infantilista. - comentei.

Meu bebê fez que sim com a cabeça.

Entreguei uma corneta para o Joãozinho e peguei uma língua de sogra e confete, pus um chapéuzinho em formato de cone na cabeça dele, mas eu optei por usar uma coroa de princesa porque achava mais bonitinha do que aqueles chapéis.

Assim que Kasie e Nando entraram, joguei confetes nele, assoprando a língua de sogra enquanto Joãozinho tocava a corneta:

- Surpresa! - Gritamos os três: Nando, Joãozinho e eu.

Kasie ficou com as bochechas vemelhas e nos olhava sem entender nada:

- Mas o que é isso? - perguntou.

- Sua festinha particular de aniversario, filha. Gostou? - falei.

Ela olhava de um lado para o outro vendo a decoração do quarto e de repente seus olhinhos se encheram de lágrimas de emoção:

- Nossa, ficou lindo! Mas pera aí, o Joãozinho também tá participando? - Kasie ficou confusa.

- Sim, seu irmãozinho já sabe, isso é o que acontece quando agente esquece de apagar o histórico do pc, sabe filha? E também quando somos espionados pelos nossos irmãos mais novos, mas a boa notícia é que agora nossa família infantilista tem mais um novo integrante, Joãozinho também quer ser meu baby. - dei a notícia.

Joãozinho me abraçou e deu um sorriso para o irmão.

- Como assim? Você também quer ser infantilista? - ele perguntou.

Meu bebê mais novo fez que sim com a cabeça.

- Isso pede uma dupla comemoração, mas primeiro temos que cantar o parabéns e partir o bolo, afinal de contas, acho que todo mundo aqui tá com fome né? -

- Sim Pililin! - eles disseram em coro, imitando a minha mania de dizer "sim pililin".

Coloquei uma coroazinha de princesa em Kasie também, assim ficamos as meninas de coroa e os meninos de chapéu e acendi a velinha.

Começamos a cantar parabéns e na hora de cortar o bolo ela olhou pra mim e disse:

- Quero dar o primeiro pedaço pra minha mommie, Liana-chan.

Fiquei toda emocionada:

- Ownt, obrigada filhota, querendo fazer mamãe sair do regime né? hihihihi Ti linda! - peguei.

Depois foi cortando os pedaços e peguei as mamadeiras para enchê-las com suco, fizemos uma rodinha e lanchamos, até que Nando perguntou:

- E agora, o que agente vai fazer?

Nos entreolhamos, até que eu tive uma idéia, lembrando de como tudo começou:

- Já sei, vamos jogar Verdade ou Consequência! - falei.

- Ebaaaa, eu pego a garrafa, mommie faz as honras? - Kasie perguntou enquanto correu pra pegar uma garrafinha de suco vazia.

- Com muito prazer. - peguei a garrafa, coloquei no centro da roda e girei.


FIM

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Bem, Verdade ou Consequência chegou ao fim, espero que tenham gostado.

Em breve postarei outro conto, que por sinal já estou com ele em mente, próximo post já vai ser a sinopse.

Mais pra frente talvez eu faça V ou D II, e se eu fizer, vou abrir vagas pra novos amiguinhos participarem rs

Beijinhos

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Verdade ou consequência - Capítulo 9





Um mês havia se passado desde que a Kasie passou a ser minha baby e o Nando também se assumiu infantilista e deixou que eu cuidasse dele, então chegou o dia do aniversário da Kasie e decidimos fazer uma surpresa pra ela.

Pra isso combinamos que eu não iria pra escola naquela manhã e que o Nando levaria ele pra jogar flipper em um shopping ali perto, pra que eu pudesse entrar escondida na casa dela e fazer uma festinha surpresa.

Fui devagar até o quarto dela, quando ouvi um barulho de passos se aproximando, o que me assustou, porque pelo horário não era pra ter ninguém em casa e aquela festinha era pra ser uma festa particular, porque ia ser uma festa de babys.

Pensando que era a mãe de verdade de Kasie, corri para o armário dela e me escondi lá junto com a sacola que eu havia trazido com as coisas da festinha e os presentes que havia comprado, parte estava dentro de uma bolsa e o restante na minha mochila.

Observei pela fresta da porta e descobri que era Joãozinho, o irmão mais novo de Kasie, entrando no quarto dele e "Minhanossa" ele abriu a gaveta dele, a do criado mudo onde Kasie guardava suas pepetas dentro de uma bolsa velha e foi direto pra lá.

Ele abriu a bolsa de Kasie e pegou uma pepeta verdinha, levando-a á boca, deitou na cama da minha baby e ficou ali todo encolhidinho como se fosse um bebê, nisso a blusa levantou um pouco e notei um certo volume na calça, parecia ser uma fraldinha.

Pisquei os olhos algumas vezes e belisquei meu próprio braço me perguntando se estava delirando, senti a dor, então deduzi que não, abri a porta do armário e quase matei o Joãozinho de susto, ele deu um pulo da cama:

- Aiii o que é isso? - disse assustado.

- Calma Joãozinho, sou eu, a Liana, mas pera aí, você é um adolescente baby? - perguntei olhando pra ele.

- Sssim, mas o que você tava fazendo aí no armário do Luan? - ele perguntou.

- Bem, eu me escondi porque estava querendo fazer uma festa surpresa pra ele, junto com o Nando, mas por que você tava mexendo nas coisas do seu irmão? Pode confiar em mim, eu não conto pra ninguém. - disse com um tom de voz calmo e amigável, tentando passar confiança.

- Tá bem, você me descobriu, então vou contar. - ele disse sentando na cama e eu sentei ao lado dele. - É que teve um dia que eu entrei no pc do meu irmão e li alguma coisa sobre infantilismo e adult babys, eu sempre tive vontade de experimentar voltar a usar fraldas, aí depois que li a matéria resolvi tentar, comecei a observar o Luan, pra descobrir se ele também era assim e descobri que ele usa coisas de bebê, mas de menina também, só que eu não sou como ele, tá? Eu não gosto de me vestir de menina.

Joãozinho contou o relato todo meio que na defensiva, percebi que ele estava tímido.

- Tudo bem bebê, nossa, o Luan foi muito descuidado em não ter apagado o histórico, mas por um lado foi bom, porque agora você se descobriu, né? - falei

- É sim, você também é infantilista, né? - ele perguntou.

- Sou sim, só eu e o Nando sabemos sobre o Luan, então é meio que um segredo de família e eu sou mommie do seu irmão. - contei.

- Eu imaginei, porque vocês estão sempre juntos e se falando. Hã... Liana, agora que você já sabe, posso te pedir uma coisa? - ele disse.

- O que, bebê?

- Aceita ser minha mommie também? É que eu queria muito ser cuidado por uma mommie. - ele pediu.

Seu jeito de falar era tão meigo, até suas bochechas haviam ficado rosadinhas, ele era tão fofo que decidi aceitar.

- Eu aceito, você vai ser o meu filhinho mais novo! - falei abrindo os braços.

Joãozinho me deu um abraço vindo para o meu colo e eu dei um beijinho na testa dele, feliz com meu novo baby.

- Então agora me ajuda a decorar o quarto da Kasie, digo, seu irmão, pra fazermos a festinha surpresa dele, assim terminamos rápido e eu cuido um pouco de você como baby enquanto eles não chegam! - pedi.

Ele assentiu com a cabeça e começamos a arrumar tudo.


domingo, 10 de maio de 2015

Conto de Dia das Mães





Gotinha Azul e seu bebê


Era uma vez uma fada que se chamava Gotinha Azul, ela tinha um desejo secreto, queria cuidar de um bebê que fosse só dela, pois sempre que viajava para o Reino dos Humanos, gostava de ver as mamães cuidando dos seus bebês.

Mas como ela era uma fada, isso não era possível, já que as fadas da Floresta Encantada nasciam dentro de botões de flores especiais que brotavam da Terra.

Então um dia enquanto passeava pela floresta, ouviu uma conversa entre suas as irmãs, as Fadas Raio de Luz e Violeta:

- Você sabia que existe uma Flor chamada lírio azul, que se o seu primeiro botão for regado com lágrimas embaixo da Lua Cheia, quando a flor se abre realiza o seu maior desejo? - disse Violeta.

- Não sabia não, mas essa flor deve ser uma flor muito difícil de ser encontrada. - Raio de Luz, a perspicaz concluiu.

Elas não sabiam que Gotinha Azul estava escutando atrás de uma árvore, e contente com aquela notícia, no dia seguinte bem cedo partiu, sobrevoando os quatro cantos cantos da Terra.

Ela viajou durante vários dias, até que finalmente avistou o lírio azul e embaixo da lua cheia, sobre ele chorou seu desejo de ter um lindo bebê para cuidar, até que adormeceu ao lado do botão de flor.

Pela manhã, acordou ouvindo um choro de bebê e ao abrir os olhos, lá estava ele, bem do jeito que havia desejado, com alegria ela o pegou no colo e cantarolou uma bela música para acalmá-lo e voltou com ele para a Floresta Encantada.

Gotinha Azul ensinou seu bebê a dar os primeiros passos e todas as noites lhe contava lindas histórias que crescera ouvindo na Floresta Encantada, logo ele aprendeu a falar sua primeira palavra e a chamou "mamãe".

Aquele dia foi o dia mais feliz da vida da fada.

Mas com o passar dos anos, as coisas foram mudando e Gotinha Azul notou que a árvore onde morava ficava pequena demais para seu querido filho, pois o bebê era grande como um humano.

Logo soube que era hora de deixá-lo partir, para viver no Povoado dos Humanos, então segurou-o pela mão e o levou para viver com aqueles que eram seus iguais.

- Vou sentir saudades, mamãe! - o menino, já quase um homenzinho lhe falou.

- Eu também, filho, mas agora é hora de deixá-lo partir, eu cuidei de você, te ensinei tudo o que precisa saber e agora chegou o momento de você caminhar sozinho, entre seus iguais. - explicou.

- Eu nunca vou te esquecer! - ele prometeu.

Os dois se abraçaram, então o menino partiu caminhando para a trilha que dava para o povoado.

Uma lágrima molhou o rosto de Gotinha Azul e só quando não avistava mais seu menino no horizonte, pegou o caminho de volta para o Reino Encantado.

O menino tornou-se um homem e muito feliz, habitou uma linda casa no Reino dos Humanos, mas toda vez que o céu estava nublado e as gotas das chuvas molhavam a terra, ele lembrava-se de sua mãe e sabia que eram as lágrimas de Gotinha Azul, sempre que sentia sua falta.

Então ele saía escondido com uma cesta de mel, bolinhos, morangos e flores e as depositava aos pés de uma árvore no meio da floresta, para lembrá-la da promessa que fizera quando ainda jovem, de que nunca se esqueceria de sua mãe.

No mesmo instante o Sol começava a brilhar no horizonte e um lindo arco íris surgia no céu, lentamente a chuva parava de cair.





Verdade ou consequência - Capítulo 8





Ouvi a barriguinha de Kasie roncando, então decidi que era hora de dar comidinha pra ela, afinal eu a havia convidado pra vir almoçar na minha casa, mas ainda não tinha servido o almoço:

- Agora está na hora da sua sopinha, bebê, então temos que colocar um babador, pra bebêzinha não se sujar. - falei e pus um babadorzinho em Kasie.

Fui até a cozinha e esquentei uma das minhas sopinhas favoritas de legumes e fiz também um suquinho de laranja pra colocar na mamadeira.

Corri e encontrei Kasie brincando com meu coelhinho de pelúcia, o Zigfrido, também conhecido como Fredo.

- Ownt, ti linda minha bebê, agora tá na hora do seu almocinho. - expliquei.

- Tá bem mommie! - ela disse obediente.

Sentei na cama e comecei a dar a sopinha colherada por colherada, tinha horas que eu fazia aviãozinho. Depois fiz ela deitar no meu colo e ela fez uma carinha de bebê tão fofa que me senti como uma verdadeira manteiga derretida de emoção.

Naquele momento Kasie estava sendo como uma verdadeira baby pra mim, ela encostou o ouvidinho no meu peito e tive a certeza de que podia ouvir as batidas do meu coração, eu a embalei com bastante carinho e comecei a dar a mamadeira, mas sem apertar, com cuidado pra não engasgar, do jeito que eu havia feito com o Nando.

Acariciei o rosto e depois que ela tomou tudinho, sentei no meu colo e coloquei pra arrotar, ela sorriu, depois olhou pra mim, bem nos meus olhos e me pediu uma coisa:

- Mommie, posso te dar um selinho?

Eu não esperava aquele pedido, mas na verdade eu estava com vontade de dar um selinho nela também, ainda mais com aquela boquinha rosinha e macia, dei um selinho, mas eu mesma fiquei tão vermelha que depois fiz cosquinhas na barriguinha dela até ela cair deitada de costas pra cama e eu subi em cima, afinal Kasie era bem maior do que eu e comecei a esfregar meu nariz no dela, em um beijinho de esquimó.

- Agora vamos assistir um filme de meninas. Vamos ver um filme da Barbie! - falei

Liguei a televisão e escolhi "A Pequena Polegar" pra assistirmos, pus pepeta também e passei a tarde toda ali, abraçadinha com a minha bebê vendo filme.

Na hora de embora, deixei Kasie levar as coisinhas que tinha vestido como presente, pra quando estivesse em casa pudesse se vestir de bebêzinha sempre que quisesse e também pra ela se lembrar de mim.

Aquela tarde foi deliciosa e foi assim que me tornei uma mommie.

sábado, 9 de maio de 2015

Verdade ou consequência - Capítulo 7






Assim que chegamos em casa, fui direto para o meu quarto e abri o armário, procurando pelo vestido mais largo que tinha, era um cor de rosa bem lindinho que lembrava um vestido de boneca, então olhei pro Luan e disse:

- Primeiro precisa tirar essas roupas feias de menino. - falei.

- Mas Liana-chan, eu tenho vergonha. - ele falou encabulado.

- Não pode ter vergonha, porque eu agora sou a sua mommie, então vamos tirar essas roupas horríveis agora mesmo. - disse e ele aceitou, embora estivesse muito vermelho.

Coloquei o vestido nele por cima da cabeça e depois dei uma olhada, vendo que como eu imaginava, ele havia ficado uma verdadeira bonequinha:

- Muito kawaii! Agora vamos pôr uma meia calça, pena que você calça mais do que eu, mas não tem problema, as meias já vão dar o efeito esperado. - expliquei.

Percebi que ele ficou vidrado na meia calça, ainda mais que era cor de rosa das que eu usava pra frequentar minhas aulinhas de ballet.

- Puxa, eu nunca usei meia calça antes na vida. - falou.

- Pra tudo tem a primeira vez, vamos, vou te ajudar a calçar. - disse enquanto fui calçando as meias nele, enquanto isso já fui logo pensando no proximo passo.

Decidi que ele ficaria lindo de fadinha, então peguei as asas que faziam parte da fantasia que usei em um evento e coloquei nele também.

- Mommie, posso me ver no espelho? - pediu.

Foi a primeira vez que ele me chamou de mommie e fiquei toda derretida.

- Ainda não, minha bebê, primeiro tenho que fazer uma maquiagem em você.

Peguei minha maleta cor de rosa de maquiagem e abri, não podia ser nada forte, afinal a idéia era deixá-lo bem bebêzinha, escolhi um batom cor de rosa, passei um pouco de sombra, mas caprichei no blush pra ficar com as bochechas bem vermelhas estilo bonequinha.

Quando terminei o trabalho, achei que ainda faltava alguma coisa, parei um pouco pensativa olhando pra ele.

- O que foi, mommie, não fiquei bonita? - perguntou preocupado.

Era incrível como ele havia gostado de ser minha menina e já começava a perder a timidez, referindo-se a si mesmo com pronomes femininos e eu gostava muito disso.

- Claro que ficou, minha filhota, mas acho que falta alguma coisa. - expliquei.

De repente compreendi qual era o problema: o cabelo.

Luan usava um corte curto de menino, era isso que não estava combinando, mas eu já sabia muito bem como resolver isso, lembrei de quando fiz meu cosplay e peguei uma peruca lilás que eu tinha no meu armário e coloquei na cabeça dele, depois entreguei a pepeta rosa e então permiti que ele se olhasse no espelho.

Ele ficou sem fala, impressionado ao se ver de menina.

- E aí, o que achou, filha? - perguntei.

- Eu gostei, mommie, mas você fica mais linda de vestido. - elogiou.

- Ownt! Obrigada minha bebê! Hum, agora precisamos de um nome de menina pra você, né? Pra combinar. - falei. - Que nome você gostaria?

- Eu prefiro que você escolha um pra mim. - pediu.

Abri meu tablet e comecei a pesquisar nomes de bebês, até achar um lindo nome irlandês:

- Que tal Kasie? - perguntei.

- Amei, mommie, e é o nome de uma atriz que eu gosto! - Kasie disse.

- Ebaaa!!! Então agora você é minha Fadinha Kasie e eu vou cuidar de você com muito amor e carinho. - falei abraçando minha baby.



sexta-feira, 8 de maio de 2015

Verdade ou consequência - Capítulo 6




- Como eles são idiotas, Luan-kun, até parece que isso é castigo, deixar nós dois sozinhos nessa sala de aula, invés de ter que assistir aquela aula chata do "Maricone". - falei pensando que aquilo estava mais pra prêmio do que pra castigo.

- É sim, tirando a parte de ficar sem recreio, eu concordo com você, Liana-chan. Me sinto até tentado a aprontar todos os dias na aula do Maricone. - ele disse enquanto começou a rir.

- Eu também! - concordei, depois tirei o caderno da bolsa e pus em cima da mesa - Pena que o coordenador ficou com o desenho que fiz dele, estava tão perfeito né?

- Tava sim, você desenha muito bem, Liana-chan. - disse Luan, mas eu sabia que não era verdade, eu desenhava igual criança, mas dava pro gasto, quer dizer, pelo menos dava pra entender o que eu tinha desenhado.

- E aí, o que agente faz agora? Ninguém vai conferir mesmo se fizermos todos os trabalhos do "Maricone" e eu não tô mesmo afim de fazer essas contas já que vou colar mesmo na prova dele. O Nando-kun já disse que deixa eu sentar atrás dele, afinal eu não gosto mesmo de Física e não vou usar isso na minha vida, não quero mesmo ser física, engenheira ou qualquer outra coisa que envolva números. Sinceramente, as escolas tinham que ser igual nos Estados Unidos, dessas que agente só estuda de tudo até o fundamental e depois no colegial pode escolher as matérias. - comecei a fazer o meu discurso.

- Concordo plenamente com você, mas agente não precisa mesmo fazer esses trabalhos, podemos ficar só aqui de bobeira conversando e depois eu faço o trabalho pra nós dois. - ele se ofereceu.

- Ain obrigada Luan-kun, te adoro! - falei levando as mãos até as bochechas achando super fofo o gesto dele de fazer o trabalho em casa e me dar as respostas depois pra copiar.

- De nada. Ah, Liana-chan, já tô a uns dias pra te contar uma coisa. - de repente ele ficou sério e meio vermelho.

- O que? - perguntei curiosa

- Sabe aquela brincadeira que agente fez lá na sua casa? Bem, é que eu gostei da coisa de chupar chupeta e fui pesquisar uma coisa na internet.

Quando ele disse isso eu saquei logo o que ele tava querendo dizer: que havia descoberto o infantilismo e que havia gostado desse fetiche.

- Verdade? E o que foi que você pesquisou? - tinha que deixar o menino falar né? Mas a verdade era que era engraçado ver ele tocando no assunto assim todo sem graça.

- Eu descobri que existem os adult babys, sabe? Pessoas adultas ou adolescentes que gostam de ser bebês, dizem que o nome disso é infantilismo e eu acho que sou um AB como falam.

Quase caí pra trás, aquilo era uma surpresa perfeita, mal podia acreditar que estava acontecendo. Um dos meus dois melhores amigos era um AB e eu sempre fui louca pra cuidar de um, partilhar meu mundinho com alguém próximo de mim.

- Nossa, que legal Luan-kun. Sabe que eu sempre quis cuidar de um baby? Ou melhor, de uma baby menininha. Você ficou linda de rosa naquele dia. - disse.

O rostinho dele ficou todo vermelhinho nessa hora:

- Verdade? - perguntou.

- Uhum! Verdade verdadinha. Hey, que tal se agente fizer de novo hoje? - tive a idéia.

- Hoje? Mas como?

- Muito simples, você passa lá em casa, almoçamos juntos e eu te ensino a ser minha bebêzinha. - respondi.

- Então tá bem, Liana-chan, eu topo! - concordou.


Passamos o resto da manhã fazendo mais desenhos do professor "Maricone" e também dos outros professores, mas só dos que agente não gostava, então finalmente a aula acabou e partimos pra minha casa.

Verdade ou Consequência - Capítulo 5






No dia seguinte, recebi uma mensagem do Nando agradecendo pelo cuidado, ele disse que estava bem melhor e que logo voltaria ás aulas, o que me deixou muito feliz, então fui pra aula e como sempre, me sentei perto do Luan.

Aquela aula era a mais chata da escola, era aula de física do professor Marcone e ele era o professor mais chato que havia naquela escola, ele era todo peludo parecendo um urso, usava óculos de fundo de garrafa, bem, geralmente eu gostava de homens que usam óculos, porque deixam com um charme meio de nerd, mas nele ficava terrivelmente esquisito, fora que o nariz dele era a achatado e ele tinha uma cicatriz bizarra na testa de um acidente que sofreu uma vez na escola quando o prédio estava em obras e uma viga se soltou caindo bem na testa dele e eu pensei: "Bem Feito".

Além de ser feio de doer ele era tarado, tinha mania de falar como se fosse um garotão da nossa idade, sendo que já era um velhote de trinta e sete anos de idade que não se enxergava e ficava olhando pras bundas das meninas. Eu achava que esse tarado devia ser demitido porque ele era muito nojento, mas como estava a muitos anos naquela escola, eles não demitiam ele.

Como a aula dele era muito chata, e a hora não passava de jeito nenhum, além de ser difícil de prestar a atenção justamente pela chatisse dele, tive uma idéia pra tornar a aula mais divertida, então peguei uma folha do meu caderno e comecei a fazer um desenho dele.

Desenhar não era lá a minha especialidade, mas decidi fazer ele em cima de um poço, com o cuidado de desenhar tijolinho por tijolinho fazendo dele a rolha do poço, com seus pêlos nojentos pra fora sem camisa, especialmente na região do peito e eu sabia que ele tinha porque quando teve excursão na escola pra um parque aquático ele teve a coragem de desfilar de sunga enquanto ficava olhando pros peitos das alunas se achando o garanhão, mas todo mundo sabia que ele no fundo morria de medo da Dona Paulina, a mulher dele que trabalhava na secretaria da escola e toda vez que ela aparecia ele ficava morrendo de medo dela.

Quando terminei o desenho, cutuquei o Luan pra ele ver e ele deu uma risadinha, pegando a borracha e fazendo uns retoques no meu desenho:

- Tem muito cabelo aí, você ainda não notou que ele tá ficando careca? - então apontou pro cabelo dele e notei que estava fazendo um buraco na parte da frente, comecei a rir alto porque não aguentei e quase caí da cadeira.

Foi aí que o professor Marcone olhou pra nós com cara de bravo e foi se aproximando:

- Mas o que está acontecendo aí? - perguntou e seus olhos pousaram no desenho. - Qual dos dois fez isso?

- Fui eu, professor. - disse Luan levando a culpa por mim.

Ele era realmente adorável, meu menino-menininha querido do meu coração, fiquei emocionada com aquela atitude dele.

- Mentira, fui eu Seu Marcone. - levantei e me acusei.

- Não, não precisa levar a culpa pra mim, Liana-chan, já disse que fui eu que fiz o desenho, nem esqueci o detalhe da careca. - ele disse.

Os outros alunos começaram a rir também, porque na sala de aula ninguém gostava do Marcone, Secretamente chamávamos ele de "Maricone" porque ele parecia de verdade um "maricas".

- Já que os dois não se decidem, então podem ir os dois pra coordenação. - disse "Maricone" abrindo a porta da sala de aula e chamando o inspetor pra acompahar agente até a sala do coordenador.

Quando chegamos lá, nosso castigo acabou sendo detenção, tínhamos que ficar fazendo os trabalhos os dois sozinhos em uma sala vazia e sem recreio até o final do dia, porque infelizmente naquele dia só tinha aulas do "Maricone".


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E então, o que será que Liana e Luan vão aprontar nessa detenção?

rsrsrsrs

Verdade ou Consequência - Capítulo 4






- Primeiro temos que usar a pepeta enquanto eu preparo o seu leitinho. - falei já abrindo a bolsa e tirando dali a pepeta que eu havia comprado na farmácia pra Nando e colocando em sua boquinha.

Liguei a TV do quarto dele e coloquei um desenho pra ele assistir enquanto desci as escadas correndo com a mamadeira na mão antes que ele pudesse fazer alguma objeção. Como a família do Nando me conhecia a bastante tempo, havia intimidade o suficiente pra eu mexer na dispensa e pegar o que fosse necessário pra preparar o leite.

Coloquei a água pra esquentar e dissolvi o leite em pó, eu estava animada porque era a primeira vez que podia cuidar de um baby de verdade, cantarolei enquanto preparei o mamá do Nando e depois subi as escadas devagar pra dar uma espiada nele pela fresta da porta antes de entrar.

Fiquei mega contente em ver como ele estava feliz sendo baby, havia abraçado o travesseirinho e se encolhido todinho embaixo das cobertas enquanto assistia o desenho com carinha de felicidade, me derreti toda e deu a maior vontade de pegar ele no colo.

Entrei devagar pra não quebrar o clima e fui sentando na cama devagarinho, pegando o termômetro e verificando que ele estava um pouco febril:

- Está com um pouco de febre, mas não precisa ficar triste, bebê, vou te dar um remedinho pra abaixá-la junto com a dedela. - falei com um pouco de voz de bebê.

Pinguei umas gotinhas do remédio no leite e o puxei para o meu colo, fazendo um carinho no rostinho de Nando como um bebê mesmo e pus o bico na mamadeira na boquinha dele, deixando-o mamar enquanto cantei uma musiquinha de ninar.

Nando ficou até sonolento, percebi que seus olhinhos estavam meio pesados, ele fazia um barulhinho gostoso quando mamava e achei engraçado.

Tomou todo o leitinho e depois eu fiz ele sentar na cama e o abracei, pra dar palmadinhas nas costas de um jeito que já vi as mamães fazendo com seus bebês, pra ele arrotar, ele soltou um arrotinho e depois ficou todo tímido:

- Desculpa Liana-chan. - falou.

Notei que estava com o rosto vermelho de vergonha.

- Tudo bem, você é bebê, você pode Nando-kun. - disse para tranquilizá-lo e em seguida o deitei na cama. - Agora que meu bebê já mamou e já tomou o remedinho, vou contar uma historinha pro meu bebê dormir um bom soninho, tá?


Essa parte eu adorava, peguei meu tablet e coloquei em uma história infantil, então comecei a contar imitando as vozes dos personagens, até que vi meu baby começando a dormir e ele era super fofo. Fiquei mais um tempinho ali, depois vi que era hora de ir pra casa, então beijei a testinha do Nando, fechei a porta e saí de fininho.


domingo, 3 de maio de 2015

Verdade ou consequência - Capítulo 3







A segunda -feira chegou rápido e me arrumei pra ir a escola imaginando como as coisas ficariam entre mim e meus amigos depois daquele dia, optei por agir com normalidade, embora estivesse ansiosa pra repetir a dose, quando descobri que Nando não havia ido pra escola naquele dia.

Estava preocupada, sentindo a falta dele, passei o recreio conversando com o pessoal da turma e com Luan, até que recebi uma mensagem de texto da mãe do Nando:

" Oi Liana, tudo bem? Aqui é a mãe do Nando, desculpe incomodar, mas é que o Nando ficou doente e queria perguntar se você pode passar lá em casa e deixar a matéria pra ele copiar depois da aula. Vou deixar a chave embaixo do capacho da entrada. Beijos, obrigada."


Com certeza a mãe do Nando havia pedido isso porque eu era a amiga que morava mais perto do Nando, a cada dele ficava a apenas um quarteirão da minha, por isso eu era a mais indicada para a tarefa, além disso, imaginei que meu amiguinho estivesse mesmo mal, porque Nando nunca faltava aulas, ele mesmo com febre ele nunca faltava.

Sabendo disso, decidi que ele precisava de cuidadinhos muito especiais pra ficar bom logo e eu sabia muito bem que tipo de cuidados. Dei uma risadinha e esperei ansiosa pelo fim daquelas aulas, na saída passei direto na farmácia, por sorte eu havia levado o cartão de crédito da minha mãe pra fazer umas comprinhas depois, mas optei por fazer comprinhas especiais para o Nando naquele dia.

Escolhi lenços umedecidos, talco, fradinha do tamanho mais adequado para o Nando, como ele era magrinho, decidi que P ficaria ótimo nele, lenços umedecidos, uma pepeta azul parecida com a minha que ele havia experimentado lá em casa e por último, uma mamadeira.

Pus tudo dentro da mochila e pedalei até a casa dele o mais rápido que pude. Como a mãe dele havia dito, a chave estava embaixo do tapetinho da entrada, abri a porta e subi as escadas silenciosamente, batendo na porta e abrindo de leve pondo o rostinho pela fresta:

- É aqui que tem um bebêzinho dodói? - perguntei fazendo aquela voz de quando se fala com um bebê bem pequeno.

Nando estava embaixo das cobertas e com uma carinha péssima mesmo. bem pálido e com o cabelo bagunçado.

- Liana, o que tá fazendo aqui? - perguntou.

Entrei no quarto jogando a mochila em cima da cadeira do computador e em seguida me aproximei da cama e pus a mão na testinha dele:

- Vim aqui cuidar de você, sua mãe me contou que você tava dodói e minha nossa, você parece com febre, sabe onde eu encontro um termômetro por aqui? - fui logo falando pra não dar tempo dele protestar.

Nando apontou para o criado mudo, retirei o termômetro e pus embaixo do braço dele.

- E então, quais são os seus sintomas? - perguntei pegando um caderninho e uma caneta rosa com frufru pra anotar, como se fosse uma enfermeira.

- É uma infecção intestinal, parece que foi por causa de uma maionese estragada que comi ontem no cachorro quente. - explicou.

Aquela era a desculpa perfeita para o que eu tinha em mente, não que eu estivesse feliz com a doença do meu amigo, coitado, uma vez tive um dodói assim e não foi nada legal, mas eu menos eu sabia o segredo para fazer de seu dodói um momento feliz e gostoso, tratando-o como meu baby.

- Foi por isso que não foi pra escola? Porque tem levantar toda hora pra ir ao banheiro, né? - constatei, ele fez que sim com a cabeça.

Imitando um ar profissional igual ao das enfermeiras que já vi na televisão, pus as mãos pra trás e comecei a falar:

- Mas isso não é bom, você precisa ficar em repouso, absoluto, não pode ficar levantando toda hora pra ir ao banheiro, mas não se preocupe, eu tenho a solução pra esse problema. - falei.

- Ah é? Qual? - ele olhou com curiosidade.

Abri minha mochila e retirei dali um pacote de fraldas descartáveis.

- O que? Fraldas? Mas isso é ruim! Não, não quero usar isso. - falou.

- Como pode ter tanta certeza se é ruim se nunca experimentou? É só uma vez, garanto que não é tão ruim quanto pensa. - expliquei.

- E como você sabe? Já usou? - ele perguntou.

De fato eu já havia experimentado uma vez, eu não era lá muito fã de fraldas, mas um amigo infantilista com quem eu conversava através do Skype certa vez pediu para que eu experimentasse e decidi ver como era, além de ser importante aprender a colocar caso algum dia cuidasse de um baby, só não imaginava que a oportunidade viria tão rápido:

- Já experimentei uma vez, quando tive o mesmo problema que você, vamos, é legal, se não gostar prometo que não insisto mais. - é, argumentar era um dos meus talentos.

Fui logo puxando o cobertor dele, que por sinal era um cobertor bem fofo com desenhos de cometas e estrelinhas. Abaixei as calças dele de forma que Nando ficou com o rosto completamente vermelho, mas acho que estava sem muita disposição pra protestar, limitando-se a cobrir o rosto enquanto eu colocava a fraldinha nele.

Bati palminhas com satisfação ao perceber que era exatamente do tamanho certo.

- Pronto, e então, como está se sentindo? - perguntei.

- Não sei bem, quer dizer, é macio. Me lembra quando eu era um bebê. - explicou.

- Isso é bom, não? Voltar a ser bebê? Aliás, o que acha de ser meu bebêzinho por um dia? Podemos fingir que sou sua mamãe e hoje você ter um dia de bebê. Vamos Nando-kun, vai ser divertido! - disse juntando as mãos e fazendo aquela carinha que eu sabia que meus amiguinhos não resistiam.